MUNDO

Criança em tratamento de câncer é deportada apesar de cidadania americana

Mãe vivia nos EUA há mais de dez anos. A advogada Erin Hebert explicou que a mãe não tinha o status legal. Por isso, precisou levar os dois filhos e seus passaportes para a consulta, explicou Hebert à CNN no domingo (27). Ao chegarem lá, porém, a advogada não foi autorizada a acompanhar a família na reunião. Cerca de 20 a 30 minutos depois, Erin foi informada de que a mãe havia sido detida, mas as autoridades se recusaram a dizer para onde a família havia sido levada. “Meus clientes foram deportados 24 horas após serem detidos, sem acesso a mim”, lamentou a advogada.

Outra família também foi deportada em condições semelhantes. Uma mulher grávida com um filho de dois anos detida pelo ICE na terça-feira (22) enquanto participava de uma reunião de rotina com autoridades de imigração. O juiz disse que a mãe era indocumentada, mas marcou uma audiência para 16 de maio sobre a deportação da criança, observando que “é ilegal e inconstitucional deportar, deter para deportação ou recomendar a deportação de um cidadão americano”. Apesar disso, a família também foi deportada para Honduras.

O governo Trump afirmou que a mãe da criança de dois anos solicitou que o filho fosse com ela para Honduras. As autoridades citam um bilhete manuscrito supostamente escrito pela mãe em espanhol. O Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, reiterou a alegação em entrevistas na manhã de ontem.

“Se alguém está neste país ilegalmente, essa pessoa é deportada. Se essa pessoa está com uma criança de dois anos, ou tem uma criança de 2 anos e diz: ‘Quero levar meu filho… comigo’, bem, então… você tem duas opções”, afirmou Rubio no programa “Meet the Press”, da NBC. “Você pode dizer: sim, claro. Você pode levar seu filho, seja ele cidadão ou não, porque é seu filho”, disse Rubio, “Ou pode dizer: sim, você pode ir, mas seu filho deve ficar para trás”, acrescentou.

Em ambos os casos, o ICE manteve as famílias incomunicáveis, denuncia a ACLU. O órgão se recusou a responder as tentativas de contato de advogados e familiares. Em um dos casos, uma mãe teve menos de um minuto ao telefone antes que a ligação fosse encerrada quando seu cônjuge tentou fornecer o número de telefone de um advogado. As famílias ficaram completamente isoladas durante os momentos críticos em que decisões sobre o bem-estar de seus filhos menores eram tomadas.

“Estamos vendo, em tempo real, o devido processo legal sendo corroído”. A afirmação é de Gracie Willis, advogada e coordenadora de resposta a batidas policiais no Projeto Nacional de Imigração, que representa a família da criança de dois anos. “Isso é profundamente preocupante e esses casos são uma ilustração disso”, lamentou.

noticia por : UOL

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