Com sua pose de vítima, Bolsonaro não leva em conta a realidade. Em compensação, a realidade também não o leva em conta. Enquanto ataca Lula e Alexandre de Moraes, Bolsonaro é dinamitado na Polícia Federal por comandantes militares que não conseguiu cooptar. Os depoimentos do general Freire Gomes e do brigadeiro Baptista Júnior, agora conhecidos na íntegra, pavimentam o caminho que leva Bolsonaro à cadeia.
Os fatos expostos no inquérito não deixam de existir porque Bolsonaro os ignora. Ao contrário. Os fatos já haviam sido empurrados para dentro da investigação pela delação do tenente-coronel Mauro Cid e pela indiscrição dos equipamentos eletrônicos apreendidos em poder do ex-ajudante de ordens. Teimosos, os fatos voltam a se impor nos depoimentos dos ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica.
Freire Gomes e Baptista Júnior como que imprimiram as digitais de Bolsonaro na documentação do golpe. Forneceram corda para o enforcamento de pelo menos mais dois golpistas fardados —o almirante Almir Garnier e o general Paulo Sérgio Nogueira— e um paisano —o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
noticia por : UOL