Vale enfatizar que, nesse período, Yasmin não fez menção à sua marca, tampouco pediu que os telespectadores comprassem seu produto. A mera exposição por meio de sua participação “impulsionou as vendas de um dos produtos recém-lançados antes de sua entrada no reality show”, de forma que um deles “chegou a esgotar em poucas horas”.
Ao mesmo tempo, as críticas que vêm sofrendo têm levado a importantes reflexões sobre estereótipo feminino e violência de gênero. Mercado, questões sociais e política se fundem muitas vezes.
O feito mercadológico não é inédito: “em 2020, a também influenciadora e empresária Bianca Andrade adotou uma estratégia semelhante, fazendo triplicar as vendas de sua marca”.
Empresas com participação no mercado de valores vêm seus lucros saltarem exponencialmente ao injetarem patrocínio no reality show protagonizado por influenciadores digitais.
Se de um lado constata-se que empresas estão sabendo capitalizar com mera exposição de influenciadores digitais, por outro, verifica-se a legislação eleitoral ainda silente, sem previsão expressa da categoria e da possibilidade de sua atuação nas eleições, consequentemente deixando-a fora na previsão de gastos. Mas a inexistência no mundo jurídico não é sinônimo de inexistência no mundo dos fatos, e os políticos entendem e tiram proveito disso.
Ao mesmo tempo que a esfera digital continua a proliferar em todas as camadas da sociedade brasileira, a interferência dos influenciadores digitais nas escolhas dos eleitores e na política é uma realidade tangível e crescente.
noticia por : UOL