O Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (IPCC), órgão da ONU que avalia cientificamente as mudanças climáticas, alertou diversas vezes que o aumento da temperatura média acima de 1,5ºC pode “desencadear impactos das mudanças climáticas muito mais graves, incluindo secas, ondas de calor e chuvas mais frequentes e severas”. Limitar até o ano 2100 o aumento da temperatura global a, no máximo, 1,5°C acima dos níveis pré-industriais ajudaria a evitar um colapso dos ecossistemas e manteria o clima num patamar habitável.
Entretanto, apesar de ter sido ultrapassada a média de aquecimento de 1,5ºC em 12 meses, isso ainda não significa que a meta de Paris não foi atingida, pois ela se baseia em valores médios de longo prazo.
Alguns cientistas acreditam que o objetivo não pode mais ser realisticamente cumprido, mas instaram os governos a agir mais rapidamente para reduzir as emissões de CO2 para limitar ao máximo essa superação da meta – e também o calor mortal, seca e aumento do nível mar que isso infligiria a populações e ecossistemas.
O serviço europeu C3S disse que as temperaturas de janeiro estiveram bem acima da média no noroeste de África, no Oriente Médio e na Ásia Central, assim como no leste do Canadá e no sul da Europa. Mas estiveram abaixo da média em partes do norte da Europa, oeste do Canadá e região central dos Estados Unidos.
No Chile, que tem lutado contra uma severa onda de calor e seca no verão, as condições de seca ajudaram a alimentar incêndios florestais, disse o C3S. Essas condições continuaram em fevereiro, com os incêndios que começaram na sexta-feira tendo devastado bairros da região costeira de Valparaíso no fim de semana, deixando mais de 130 mortos.
md/cn (DPA, AFP, Reuters)
noticia por : UOL