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Após aprovação pelo Senado, França deverá ser primeiro país a garantir direito ao aborto na Constituição

Debate semântico

O texto submetido à votação dos 348 senadores determina as condições em que se exerce “a liberdade garantida às mulheres de recorrer à interrupção voluntária da gravidez” e irritou algumas fileiras da maioria senatorial, uma aliança entre os Republicanos (LR) e o grupo centrista.

Philippe Bas, do (LR), destacou o “estranho conceito de liberdade garantida”. “Não nos enganemos, trata-se na realidade de reintroduzir de forma ambígua a noção de direito exigível”, disse o senador, que apresentou uma emenda retirando o adjetivo, de acordo com a redação do Senado, em fevereiro de 2023.

“Este termo não cria de forma alguma um direito executável”, esclareceu Dupond-Moretti, tentando tranquilizar um debate por vezes acalorado.

“O termo ‘garantia’ deixa claro que o objetivo desta revisão constitucional não é simplesmente atribuir competência ao legislador – que ele já tinha – mas orientar o exercício da sua competência no sentido de proteger esta liberdade, em particular contra tentativas legislativas de restringi-lo drasticamente”, explicou o ministro da Justiça francês.

Os senadores do campo presidencial e da esquerda destacaram um momento “histórico” para além de “divisões” políticas.

Associações que defendem os direitos das mulheres, assim como grupos que se opõem ao aborto, aumentaram a mobilização nos últimos dias para convencer os senadores. Vários comícios pró e anti a “constitucionalização” do aborto foram realizados.

“É um símbolo importante”, saudaram organizações feministas. 

noticia por : UOL

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