Na categoria, “Ainda estou aqui” concorria com o longa uruguaio “Agarrame fuerte”, o argentino “El Jockey”, o chileno “El lugar de la otra” e o costarriquenho “Memorias de un cuerpo que arde”.
Com enorme reconhecimento internacional, o longa de Walter Salles seduziu o público e a crítica internacionais com seu retrato do desaparecimento do deputado Rubens Paiva durante o regime militar no Brasil.
O filme narra a luta de sua esposa, Eunice Paiva, interpretada por Fernanda Torres, e de seus cinco filhos após o sequestro de seu marido por agentes da repressão do Estado em 1971. Seu corpo nunca foi encontrado.
O Brasil jamais julgou os crimes da ditadura, que, segundo números oficiais, deixou 202 mortos, 232 desaparecidos e milhares de vítimas de tortura e detenções ilegais.
A lei de anistia aprovada em 1979 pelo regime militar impediu que os culpados respondessem pelos crimes.
“É um filme sobre o presente. Tivemos um presidente [Jair Bolsonaro] que elogiou um torturador da ditadura e que acha que os militares ‘salvaram’ o Brasil do comunismo. ‘Ainda Estou Aqui’ traz uma reflexão importante, enquanto vemos que os porões da ditadura hoje continuam abertos”, explicou Fernanda Torres em entrevista à AFP em janeiro.
noticia por : UOL