GOSPEL

Rick Warren se desculpa por associar crucificação à política, mas é contestado

O pastor e autor de best-sellers Rick Warren, fundador da Igreja Saddleback, pediu desculpas nesta semana após excluir um post no X (antigo Twitter) que gerou intensa reação negativa por sua interpretação política da crucificação de Jesus.

“Peço desculpas. Escrevi mal. Não acredito que Jesus fosse centrista. Ele está muito acima de tudo. ‘Meu reino não é deste mundo…’ Jo.18:36. Jesus exige nossa total fidelidade como o centro de nossas vidas”, escreveu Warren um dia depois de deletar seu tuíte anterior.

Polêmica

O tuíte original de Warren, publicado na semana passada e que acumulou 3,5 milhões de visualizações antes de ser removido na sexta-feira, sugeria que a posição central de Jesus na crucificação indicava que Ele seria um centrista político nos dias atuais:

“Eles crucificaram Jesus com outros dois — um de cada lado e Jesus no meio”, escreveu Warren, citando João 19:18, junto a uma imagem da crucificação. “Os caras de ambos os lados eram ladrões. Se você está procurando pelo #verdadeiroJesus, não uma caricatura desfigurada por motivações partidárias, você o encontrará no meio, não em nenhum dos lados”, acrescentou.

A postagem gerou reações imediatas, com muitos usuários, incluindo teólogos e líderes religiosos, criticando sua interpretação como uma tentativa de aplicar conceitos políticos modernos a um texto bíblico antigo.

Justin Peters, líder de um ministério global de pregação e ensino expositivo, foi um dos primeiros a contestar a visão de Warren: “Isso é, infelizmente, típico da abordagem de Rick Warren às Escrituras”, escreveu Peters.

“Isso teria sido ridicularizado pela hermenêutica bíblica no primeiro dia. A hermenêutica básica dita que você se esforce pela intenção autoral, e esse definitivamente NÃO é o ponto que o autor estava levantando. Isso não é apenas embaraçoso, é imperdoável”, protestou.

Após o pedido de desculpas de Warren, algumas figuras cristãs expressaram apoio. Sean McDowell, professor associado de Apologética Cristã na Universidade Biola, respondeu: “Amo você, irmão. Obrigado por levar as críticas a sério e responder gentilmente”.

Kevin Foster, pastor principal da LifeBridge Community Church em Fresno, Califórnia, também defendeu Warren, afirmando que a reação ao post foi desproporcional: “Você é uma lenda e nós apreciamos o que você fez pelo Corpo de Cristo e o que você continua fazendo”, escreveu Foster.

No entanto, críticos como Robert A.J. Gagnon, pesquisador visitante no Seminário Bíblico Wesley, argumentaram que o pedido de desculpas de Warren não abordou a questão principal. Em um artigo de opinião para o The American Spectator e em postagens no X, Gagnon criticou a tentativa de Warren de equiparar partidos políticos.

“O problema real, que você não aborda em seu mea culpa, foi que você fez uma afirmação exegeticamente indefensável sobre as Escrituras para reivindicar autoridade divina para uma posição politicamente indefensável de que o Partido Democrata não está mais longe de Jesus do que o Partido Republicano”, escreveu Gagnon.

Sean Davis, fundador do The Federalist, foi ainda mais crítico, acusando Warren de distorcer a crucificação para agradar às elites culturais progressistas.

“O problema não foi o que você escreveu, o que você bem sabe. Você comunicou exatamente o que pretendia comunicar, que era uma condenação dos cristãos conservadores”, afirmou Davis em um longo post no X.

Ele também acusou Warren de tentar “empurrar os cristãos fiéis para a direita” e de usar a mensagem da cruz como uma “fábula política moderna e banal”.

FONTE : Gospel Mais

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