Emanuel Pinheiro
Nos últimos quatro meses, com toda certeza, Cuiabá vem enfrentando um dos momentos mais difíceis de seus 301 anos de história. De forma extremamente dura fomos golpeados por um inimigo invisível, mas poderoso o suficiente para nos fazer mudar completamente nossos hábitos diários. Nesse combate, não nos acostumamos, porém fomos obrigados a criar forças para suportar a dor causada por cada perda sofrida.
Uma força que vem dos familiares, das amigos feitos no trabalho, na faculdade, na escola que, mesmo sem aquele aconchegante contato físico costumeiro, não nos abandonaram. Uma força que vem até de desconhecidos e que traz consigo a mensagem de que precismos continuar caminhando. Um passo de cada vez, sem esquecer daqueles que não puderam continuar essa caminhada, mas com a fé de que podemos construir dias melhores.
Tenho uma enorme preocupação de passar por esse período de pandemia do novo coronavírus com o menor trauma possível, apesar de toda dor já sofrida. Estou certo de que, ao mesmo tempo em que aplicamos as medidas de enfrentamento à Covid-19, igualmente é importante pensar na recuperação da nossa cidade. Estou debruçado também nessa ideia, para construir alternativas para serem debatidas com a sociedade
Juntos, temos a total capacidade de retomarmos o caminho da normalidade, enfrentando a dor do que passou, mas mantendo a serenidade, discernimento e esperança de que está em nossas mãos a responsabilidade de conceber a Cuiabá do pós-pandemia. E essa construção começa com um primeiro passo, que é o entendimento de que a guerra contra a Covid-19 somente será vencida se cada um fizer sua parte.
Como prefeito da Capital tenho que manter as rédeas da situação para que ela não saia do controle. Tenho que dar segurança, tranquilidade e esperança à população. Estamos tomando todas as medidas, ajustando quando necessário, com o único intuito de acertar e proteger a saúde pública. Com base em relatórios técnicos, Cuiabá está fazendo sua parte para superar essa fase critica.
No entanto, esse empenho do poder público, deve estar completamente alinhado com a conscientização e participação efetiva de todos os cuiabanos, seja ele “pau rodado” ou de “chapa e cruz”. Cada cidadão precisa ter o entendimento de é necessário assumir sua própria responsabilidade e também se empenhar na sua proteção, proteção da sua família e de seus semelhantes.
Este é o primeiro passo para que precisa ser dado, para que possamos, finalmente, colocar o outro pé na frente e começarmos a preparar uma Cuiabá pós-pandemia. Começarmos a discutir como recuperar a autoestima da população, o setor produtivo que movimenta nossa economia e gera empregos, como vencer o medo e receio oriundos desse período, como dar apoio àqueles que perderam entes queridos de uma forma tão brutal e rápida.
Por isso, continuo contando com a colaboração dos mais de 600 mil cuiabanos. Mais do que nunca, este é o momento de pensar em um bem comum. É o momento de autoavaliar o seu comportamento e, se preciso for, por quê não mudar? Nessa batalha, ainda sem uma vacina disponível, o isolamento social continua sendo uma ação mais eficaz de prevenção.
