Khayo Ribeiro
Gazeta Digital
O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), afirmou na segunda-feira (17) que está articulando para que a Câmara de Vereadores realize um plebiscito para discutir qual o modal mais adequado para atender a Capital e Várzea Grande. O gestor municipal defende a finalização das obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), enquanto o governo do Estado decidiu implantar o Ônibus de Trânsito Rápido (BRT em inglês).
Segundo o prefeito, ele já entrou em contato com vereadores da base – que são ampla maioria no Parlamento municipal – a fim de que um projeto de plebiscito seja apresentado e aprovado.
O chefe do Executivo municipal disse ainda que também irá propor medida semelhante para a Câmara de Várzea Grande. Assim, segundo Emanuel, a população poderá ser ouvida de forma ampla.
“Nós vamos pedir o plebiscito de Cuiabá, vamos ver se Várzea Grande concorda também, pede o plebiscito lá. Se vai ter valor jurídico ou não, é outra discussão, isso é outra coisa, vamos ver lá na frente. E aí, mas o importante, o mais importante de tudo é o valor democrático. É a gente saber o que pensa a população cuiabana e a população sobre um sistema de transporte que pode mudar a sua vida”, disse Emanuel.
A discussão em torno da mudança de modal para atender as duas maiores cidades de Mato Grosso teve início no fim de 2020, quando o governador Mauro Mendes (DEM) afirmou que encerraria permanentemente o projeto do VLT em prol do BRT.
À época, o chefe do Paiaguás apontou economicidade no projeto alternativo, apontando um fim para o dilema do modal – que estava previsto para ser entregue na Copa do Mundo de 2014.
Contudo, o anúncio do governador foi visto como um ato autoritário pelo prefeito. Emanuel, após a sinalização de Mendes sobre a mudança, afirmou que a decisão foi tomada sem consulta pública e de forma unilateral.
Assim, a discussão em torno do modal foi reaquecida com sucessivas troca de farpas entre os gestores. Nesse contexto, o deputado federal Emanuelzinho (PTB) propôs um plebiscito sobre o tema, mas apelo pela escuta pública não avançou.
Mais de 5 meses após o anúncio da mudança, o prefeito voltou a questionar a decisão adotada pelo Estado, apontando que a troca não pode vir “goela abaixo”. Em seu discurso, contudo, Emanuel admite que não tem conhecimento de qual será o peso jurídico do plebiscito neste momento – ainda que a escuta seja efetivamente realizada.
“Quer mudar? Quer propor uma mudança? Porque goela abaixo não vai. Quer propor uma mudança? Debata com a população, vamos fazer o plebiscito, certo? Vão fazer o plebiscito”, finalizou.