Por requerimento apresentado pelo vereador Sargento Vidal (PROS), foi realizada na manhã desta sexta-feira (14.05) uma Audiência Pública Integrada, para tratar sobre a mudança do modal VLT – Veículo Leve sobre Trilhos – para o BRT – Ônibus de Transporte Rápido -, reunindo os poderes legislativos e executivos de Cuiabá e Várzea Grande e ainda entidades envolvidas no financiamento e execução da obra.
Na audiência foram levantadas questões que ainda persistem sem resposta suficientemente claras, sobre uma das principais obras que fizeram parte de uma série de realizações que visavam preparar Cuiabá para receber a Copa do Mundo de 2014 e, em consequência, modernizar a cidade, resolvendo um dos seus mais destacados gargalos: a fluência do trânsito.
A promessa, passados quase oito anos, não conseguiu alcançar o nível de realidade. Apesar do dinheiro investido e do tempo de espera, a população ainda não conseguiu usufruir dos benefícios prometidos quando do lançamento das obras.
Participaram do debate, realizado de forma híbrida, com participações via internet e presencialmente no Plenário, representantes das várias esferas de poder envolvidas na questão, como: o secretário-geral da Associação Latino-Americana (ALAF/Brasil) e ex-secretário Nacional de Mobilidade, Jean Carlos Pejo representou o Governo Estadual, arquiteto urbanista lotado na Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra-MT), Rafael Detoni Moraes e o procurador do Estado, Wilmer Prado a Prefeitura de Cuiabá foi representada por Juares Silveira Samaniego, secretário municipal de Mobilidade Urbana (Semob) Enodes Soares Ferreira, representou a Prefeitura de Várzea Grande Leonel Silverio, representando Câmara do Município.
Além de outras participações representando segmentos da sociedade civil organizada, a audiência contou com a participação do Coordenador do Movimento Pró VLT, Vicente Vuolo.
Diversos vereadores marcaram presença no evento, com posicionamentos a favor e contra a mudança do modal. O presidente da Casa de Leis, vereador Juca do Guaraná Filho (MDB), reiterou que o Legislativo cuiabano deveria ter sido ouvido no processo de mudança do modal de mobilidade urbana,
“Essa audiência pública vai muito além do que tratar de mudança de modal do VLT para o BRT, vai de ouvir a população cuiabana e várzea-grandense, ouvir pessoas que de fato vão usar o transporte coletivo para ir ao trabalho, para ir ao colégio, ao médico, essas pessoas precisam ser ouvidas, mas a Câmara de Cuiabá sequer foi ouvida. Quando assumi a presidência desta Casa solicitei uma audiência com o governador Mauro Mendes para tratar sobre o assunto, mas a audiência foi marcada quatro meses depois. Queremos mais informações da mudança do VLT para o BRT”, destacou.
Outro vereador que também se posicionou foi Renivaldo Nascimento (PSDB) que fez uma reflexão sobre os valores já utilizados na obra. Para ele, é impensável ignorar os recursos da ordem de mais de R$ 1 bilhão já executados.
Diante dessa discussão, o representante da Prefeitura de Várzea Grande, salientou que “a realidade do município mudou e o VLT já não atende à demanda da população da cidade”, em razão disso, o Prefeito Kalil Baracat já anunciou que a Cidade Industrial não tem interesse pela continuidade do projeto VLT.
O representante do governo do Estado, Rafael Detoni, disse que pouco mais de 50% da obra do VLT já foram executadas. Ele ainda pontuou que a implantação de BRT não refuga boa parte do que já foi executado de obra para o VLT.
“O Centro de Controle Operacional também é necessário e aproveitável para operação de ônibus, tem casos no Brasil. As trincheiras, viadutos, os alargamentos de pistas que já foram executados são muitos plausíveis de aproveitamento na solução para BRT, nem o VLT tem 100% do projeto executivo para ser mais exato nós temos 59% dos projetos executivos do VLT entregues e aprovados, pouco mais da metade, e ainda assim a obra foi iniciada porque ela foi contratada por meio de um regime diferencial de contratação, não estamos falando de 8.666, se fosse contratado na Lei 8.666 a gente precisava de projeto básico e projeto executivo, mas não é o caso”, explicou.
Fechando os trabalhos, o autor do requerimento, vereador Sargento Vidal (PROS), lembrou que o pedido de audiência foi protocolado ainda no mês de janeiro, para ouvir a opinião daquelas pessoas que, verdadeiramente, vão se valer dos serviços do modal. E, como reforçou o presidente Juca do Guaraná Filho, os políticos vão talvez andar de VLT quando da sua inauguração, por isso, é imprescindível ouvir a população da cidade.
Também participaram da audiência pública os vereadores Demilson Nogueira (PP), Dídimo Vovô (PSB), Dilemário Alencar (Podemos), Diego Guimarães (Cidadania), e de Várzea Grande, Bruno Lins Rios e Carlinhos Figueiredo (PRB) e também Valdir Amaro da Silva, Dito Labamba (ex-vereador), Daniella Patrícia de Arruda Campos, Eldemir Pereira de Oliveira, Walter Arruda (ex-vereador) e Rosilene Garcia de Souza, representando entidades da sociedade.
Secom Câmara