BRASIL

Com quase 5 vítimas por dia, taxa de ‘stalking’ no DF foi mais que o dobro da média nacional em 2022


O Distrito Federal registrou no ano passado quase cinco casos de stalking por dia. Foi a segunda maior taxa por 100 mil mulheres do Brasil e mais do que o dobro da média nacional. Os dados são do Anuário de Segurança Pública e mostram um levantamento dos crimes do país no ano passado. Segundo o estudo, 1.805 casos de stalking, crime também conhecido como perseguição, foram registrados no Distrito Federal em 2022, um aumento de 291 em relação ao ano anterior. A taxa do DF no último ano foi de 123,4 casos por 100 mil mulheres, enquanto a taxa do Brasil foi de 54,5.

 



Para a deputada Doutora Jane (MDB), procuradora Especial da Mulher na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), a perseguição faz parte de um conjunto de crimes que são praticados contra vítimas de feminicídio. Ela afirma que, antes de um assassinato ocorrer em um relacionamento, alguns sinais podem ser percebidos no parceiro, como demonstrar ciúme excessivo, vigiar o celular da mulher, querer saber sempre onde ela está e o que está fazendo. O DF registrou seu 24º caso de feminicídio do ano na última quarta-feira (16).


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“O stalking tem a ver com possessão, então é aquele sentimento de posse, e o indivíduo começa a cercar a vítima por todos os meios”, afirma a deputada.



A palavra stalking vem do inglês e significa perseguir, espreitar, vem do conceito de presa e caçador. A prática de perseguição passou a ser crime em abril de 2021, quando uma lei que reconhece a ação como ilegal foi sancionada.


O especialista em segurança Leonardo Sant’Anna afirma que é importante ressaltar que o crime de stalking não consiste apenas na perseguição das vítimas fisicamente, mas ligações em excesso, contato com familiares e amigos e mensagens em aplicativos também podem ser caracterizados, o que importa é a intenção de cercear a vítima.



Sant’Anna acredita que o alto número de casos no DF tem relação com a credibilidade dos órgãos de segurança. Ele afirma que a população denuncia mais por acreditar que terá sua demanda ouvida. Outro motivo que poderia explicar o índice é a atuação de transversalidade entre os órgãos, que compartilham informação e ajudam a manter a rede atualizada.


A deputada Jane afirma que todos, principalmente mulheres, precisam ficar atentos aos indicadores de violência. “A perseguição é um sinal de que alguma coisa está errada, de que aquela relação não está boa. Então, se frear ali e conseguir conter esse ímpeto, pode ser que não chegue a um feminicídio.”





A Secretaria de Segurança Pública do DF esclarece que o crime de perseguição é punido com pena de reclusão de seis meses a dois anos, além de multa. Caso o crime seja cometido contra criança, adolescente ou idoso, contra mulher por motivos da condição de sexo feminino ou com o emprego de arma, a pena é aumentada.


“É muito comum que esse crime ocorra em contexto de violência doméstica e/ou familiar contra a mulher, mas não está restrito a ele. Pode acontecer também em situações em que autor e vítima não têm nenhuma relação íntima ou nem sequer se conhecem pessoalmente. Os canais de denúncia mencionados também estão disponíveis para as vítimas desse tipo de crime”, conclui.

noticia por : R7.com

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