Durante comício com pastores e evangélicos, em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro, o petista seguiu a estratégia da campanha e focou nas questões econômicas e sociais ao falar ao eleitorado religioso.
– Colocamos o Bolsa Família no nome da mulher porque elas têm mais responsabilidade que homens (…) A carteira verde amarela cortou direito a férias, Natal, Ano Novo. O povo precisa de garantias. Vamos voltar a ter aumento de salário mínimo todo ano – disse o ex-presidente.
Ele deu declarações ao lado de seu candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB).
Lula criticou o atual presidente Jair Bolsonaro (PL), que segundo ele usa a religião e as igrejas para ganhos eleitorais. Em um aceno ao público, o petista disse que o Estado não deve ter religião ou igreja.
– O Estado não deve ter religião, o Estado não deve ter igreja. O Estado tem que garantir o funcionamento e a liberdade de quantas igrejas as pessoas quiserem criar. É assim que nós fizemos a lei para regulamentar a Constituição, em 2003. E eu posso fizer para vocês: eu admito um ser humano normal mentir, mas não é aceitável um pastor, que diz que fala em nome de Deus, mentir. Ninguém pode mentir em nome de Deus. Aliás, ninguém deve usar o nome de Deus em vão. Ninguém deve usar o nome de Deus para ganhar votos como é feito hoje. Já fui candidato 5 vezes. Nunca fui pedir votos em igrejas. Se tem um brasileiro que não precisa provar que acredita em Deus, esse brasileiro sou eu – disse.
O ato eleitoral contou com a participação de pastores da Assembleia de Deus, de igrejas batista, quadrangular e presbiteriana, entre outras determinações evangélicas. O comício começou por volta das 10h, com discursos de líderes religiosos em defesa do ex-presidente Lula.
Os discursos foram intercalados com vídeos de campanha voltados para o público evangélico e apresentações gospel. O tradicional jingle Sem Medo de Ser Feliz, reedição da música usada na primeira campanha presidencial de Lula, em 1989, ficou de fora do repertório do evento. A versão atual conta com a voz de Pablo Vittar, Duda Beat e Martinho da Vila.
*AE