Da Redação
Cerca de 60 mulheres foram atendidas na Unidade de Saúde da Família (USF) do Distrito de Nossa Senhora da Guia, no último sábado (6), quando ocorreu um mutirão de consultas médicas, exames citológicos de papanicolau. Uma das pacientes atendidas foi a professora Juracelma Souza de Campos, 38. “É bem importante para nós estar fazendo porque ajuda a prevenir doenças, tem sempre que estar fazendo anualmente. Eu faço todos os anos, já tenho esse hábito. Só ano passado que eu não fiz devido à pandemia e sempre faço aqui nessa unidade. Não tenho nada o que reclamar, sempre que precisei, eles estão prontos para ajudar aqui”, avalia.
O Dia D de prevenção ao câncer também contou com panfletagem, orientações sobre a prevenção ao câncer de colo do útero e de mama e palestra sobre a importância da rede de apoio à mulher, proferida pela secretária-adjunta da Mulher, Elis Regina Prates. O evento foi uma parceria entre as Secretarias Municipais da Saúde e da Mulher, encerrando a campanha Outubro Rosa, que este ano teve como tema: “Seja sua própria heroína”.
“Apesar de já estarmos em novembro, a gente sabe que a campanha Outubro Rosa é muito maior do que o mês de outubro, que não cabe no mês de outubro. A gente tem que olhar para nós todos os dias e acho que fomos muito felizes na escolha do nome da campanha deste ano, que é ‘Seja sua própria heroína’. Nós temos que ser exatamente isso: uma heroína, para darmos conta porque só nós sabemos, por mais empatia que um homem pode ter com uma mulher, mas eles nunca saberão o que é ter que acordar cedo, cuidar de filho, de casa de marido, dos pais ou de outra pessoa porque somos eternas cuidadoras”, disse a secretária-adjunta.
Elis Regina Prates ressaltou ainda que, muitas vezes, em meio à tantas preocupações no cuidado com os outros, a mulher acaba esquecendo de cuidar de si própria. “Ao esquecer da gente, a nossa saúde vai refletir e a gente acaba não fazendo os exames, não se cuidando, não indo ao médico. E se tratando do câncer, é uma doença muito silenciosa. E quando a gente descobre às vezes pode ser tarde demais. Por isso a campanha Outubro Rosa é tão importante. Não é que a gente tem que fazer os exames apenas no mês de outubro. CCO e mamografia não tem prazo, não tem dia certo. Todo dia é dia de se cuidar. Mas é importante ter um mês pra gente lembrar”, enfatizou.
De acordo com a gestora, em um ano e meio de existência, a Secretaria da Mulher já capacitou mais de 800 servidores de diversas pastas da Prefeitura de Cuiabá para atenderem mulheres em situação de vulnerabilidade, como a violência doméstica. A maioria desses treinamentos foi realizada com profissionais da saúde, como servidores das unidades básicas de saúde, das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), profissionais da saúde bucal para que saibam identificar quando uma mulher está sendo vítima de violência, mesmo que a queixa explícita não seja essa.
Em relação às mulheres que passam pelo tratamento do câncer, Elis Regina abordou ainda o aspecto social e emocional, uma vez que muitas dessas pacientes são abandonas físicas ou emocionalmente pelo companheiro logo no momento em que mais precisam de apoio. Mais do que abordar o problema, a secretária-adjunta da Mulher falou também da importância da rede de apoio à mulher que trata um câncer, que mais do que a família, pode ser uma amiga ou uma vizinha. “Se você tem alguma vizinha passando por uma situação dessa, seja mais solidária, esteja junto. Às vezes um caldo que você fizer, um dia que você cuidar das crianças dela, aquele cuidado vai ser um carinho com aquela mulher”.
O apoio também é oferecido de forma institucional, por meio de Organização Não Governamentais (ONGs) e do Poder Público, conforme Prates. “É tão importante elas terem também esse apoio psicológico. E nesse sentido, nós da Secretaria da Mulher, temos um Espaço de Acolhimento para Mulheres Vítimas de Violência Doméstica. Mas se alguma mulher necessitar também de ir lá conversar e disser: ‘Eu estou em sofrimento, eu preciso de ajuda’, elas serão muito bem atendidas. Esse espaço funciona dentro do Hospital Municipal de Cuiabá, o HMC, e ele funciona 24 horas por dia, sábado, domingo e feriado, qualquer dia da semana. A equipe é composta por assistente social, psicóloga, recepcionistas, todas capacitadas e treinadas para atender. Então se você conhece uma mulher que está passando por situação semelhante, pode encaminhar”, orientou.
A cabeleireira Sandra Gomes Barroso, 46, que foi à unidade de saúde para fazer exames e ouviu a palestra, comentou que as informações apreendidas serão de muita utilidade. “Eu achei muito interessante, principalmente pela questão da mulher que passa pelo abandono porque a gente sempre vê pessoas assim, que são abandonadas pelo esposo tanto presencial e até mesmo dentro de casa. Foi bom também saber que tem uma secretaria para ajudar essas mulheres e saber também a localidade, isso é importante porque a gente sempre conhece pessoas que precisam dessa ajuda, mas nem sempre a gente sabe como ajudar essas pessoas. Pra mim me ajudou bastante porque eu vou poder ajudar outras pessoas que eu conheço”, comentou.