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Hamas investiga possibilidade de erro ou de restos mortais misturados no caso de Shiri Bibas

Após Israel afirmar que o corpo entregue pelo Hamas como sendo o de Shiri Bibas não bate com os registros de nenhum dos reféns, o grupo terrorista disse nesta sexta-feira (21) que investiga uma possibilidade de erro ou de que os restos humanos tenham sido misturados devido a ataques aéreos de Tel Aviv.

O episódio fez o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmar nesta sexta que o grupo pagará caro pela “violação cruel” do acordo de cessar-fogo. Trata-se de mais um abalo na já frágil trégua que, há cerca de um mês, interrompeu uma guerra de 15 meses na Faixa de Gaza.

Apesar disso, o Hamas divulgou, também nesta sexta, a lista de nomes dos seis reféns que serão libertados no próximo sábado (22), como estava previsto nas negociações. São os israelenses Eliya Cohen, Omer Shem Tov, Tal Shoham, Omer Wenkert, Hisham al-Sayed e Avera Mengisto —os dois últimos, civis que entraram em Gaza há cerca de uma década e têm sido mantidos lá desde então.

Sequestrada no sul de Israel no dia 7 de outubro de 2023, a família Bibas se tornou um símbolo da brutalidade dos ataques do grupo terrorista naquele dia —Yarden, marido de Shiri, também foi sequestrado, assim como os filhos deles, Kfir e Ariel, que tinham oito meses e meio e quatro anos de idade à época do atentado.

Mais jovens entre os 251 reféns da facção, as crianças não foram libertadas em um acordo de troca por prisioneiros e detidos palestinos, mulheres e menores de idade, em uma breve trégua no final de novembro de 2023. Na ocasião, o Hamas disse, sem apresentar provas, que eles haviam sido mortos em um ataque aéreo israelense. Ao longo dos últimos meses, Tel Aviv disse não ter conseguido verificar a afirmação.

Nesta quinta, especialistas afirmaram que as crianças foram “brutalmente assassinadas” pelos terroristas apenas um mês depois de serem sequestradas, segundo a imprensa israelense. No momento da morte, Ariel teria 4 anos de idade e Kfir, dez meses.

“Essa é uma grave violação [do acordo de cessar-fogo] por parte dos terroristas do Hamas”, disseram os militares israelenses. “Exigimos que o corpo de Shiri seja devolvido. Compartilhamos o luto da família Bibas nesse momento difícil e faremos todos os esforços para garantir que os reféns estejam de volta o mais rápido possível.”

A Cruz Vermelha, que recebeu os caixões em Gaza, disse à agência de notícias Reuters que não participa da triagem, seleção ou exame dos corpos. “Esta é responsabilidade das partes em conflito”, afirmou a organização humanitária.

A entidade, no entanto, disse estar “preocupada e insatisfeita” com a forma como as operações de libertação de reféns do Hamas ocorreram. A facção organizou um desfile e posicionou os caixões de quatro reféns mortos em cativeiro em um palco.

Um grande cartaz foi pendurado no local da entrega, retratando Netanyahu como um vampiro sobre as imagens dos quatro reféns mortos. “O criminoso de guerra Netanyahu e seu Exército nazista os matou com mísseis de aviões de guerra sionistas”, dizia o cartaz.

Na quinta, quando os corpos foram entregues, a Cruz Vermelha já havia afirmado que essas operações “devem ser realizadas em privado para o máximo respeito ao falecido e aos enlutados”. “Fomos inequívocos: todas as libertações, tanto de vivos como de falecidos, devem ser feitas com dignidade e privacidade”, disse a organização.

noticia por : UOL

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