Quem negocia em nome da UE é a Comissão Europeia, mas uma aprovação final depende dos governos nacionais. Para os europeus, um dos possíveis cenários seria fechar o acordo até sexta-feira, no âmbito técnico, e permitir que um acordo seja oficialmente anunciado entre os dias 5 e 6 de dezembro, na cúpula do Mercosul.
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O processo, porém, ocorre num momento de tensão. Nas ruas de diversos países europeus, a perspectiva de uma abertura para os produtos agrícolas do Mercosul levou agricultores a fechar estradas e realizar protestos violentos.
Ainda no ano passado, o presidente da França, Emmanuel Macron, alegou em encontro com Lula que um acordo poderia aprofundar a irritação dos produtores franceses e joga-los no colo da extrema direita. Ou seja, optariam por um discurso nacionalista nas eleições de 2025. Na França, a extrema-direita tem adotado uma postura contrária ao acordo.
Nesta terça-feira, o governo Macron ainda convocou o Parlamento francês para uma reunião especial para debater o acordo. A meta, segundo diplomatas, é mostrar que existe uma quase unanimidade das forças políticas no país contra o tratado.
A data escolhida coincide com o início da negociação final e a audiência é vista como uma manobra para intimidar os negociadores da Comissão Europeia, em Brasília.
noticia por : UOL