VARIEDADES

Frases da Semana: “Votei no Boulos pela mudança”

“As naves começarão a ir para Marte em dois anos. As primeiras não serão tripuladas, as próximas serão… desde que as primeiras não aumentem o número de crateras no planeta” – Elon Musk, bilionário americano. Buraco por buraco, ainda me parece mais arriscado mandar missões tripuladas ao Brasil. 

“Não gosto de falar que sou comunista… Mas imagina: eu sigo Jesus Cristo. Quem era Cristo? De extrema-direita ele nunca foi” – Evelyn Castro, atriz. Ele com certeza não invadiria o templo dos vendilhões pra quebrar tudo, igual essa extrema-direita. 

“Mumuzinho será um corretor de imóveis. É a velha história do trabalhador negro que vende o apartamento para o homem branco” – Fábia Oliviera, jornalista, denunciando “caso de racismo estrutural” na novela Mania de Você. O showroom decorado é a nova senzala. 

“Elize Matsunaga é ‘possessiva’ e preocupa amigos do atual namorado” – manchete do portal Metrópoles. Como assim? Pelo que ouvi, dividir o namorado é a especialidade dela. 

“Gente, que horror!” – Paciente do Hospital Imaculada Conceição, em Patos de Minas (MG), ao se deparar com filme erótico na sala de espera. Mais tarde, ela teria explicado que, ao presenciar tamanha baixaria, se assustou pensando estar assistindo à TV Senado. 

“Rússia aplica multa de US$ 20,5 decilhões ao Google” – anuncia o canal RBC. Será que andaram usando o VPN para acessar o Google na Rússia? 

“Temos que ter coragem de cortar aquilo que é ineficiente” – Simone Tebet, ministra do Planejamento. Isso quer dizer que não teremos mais um Ministério do Planejamento? 

“A alface está cara, substitua por chicória”

Luiz Marinho, Ministro do Trabalho. Se a economia continuar melhorando, em breve teremos o luxo de pastar ao ar livre — quem sabe até na companhia de autoridades.

“A Justiça, por vezes, é lenta, é cega, é burra, é injusta, é torta. Mas ela chega” – Lúcia Glioche, juíza, em decisão sobre o caso Marielle. A Justiça já nasceu cega, mas sem a inestimável ajuda dos juízes, ela nunca teria se tornado tão burra, lenta, injusta e torta. 

Bloco do BRICSGBTQIA+V 

“Eu conheço o presidente Lula como uma pessoa muito honesta e decente” – Vladimir Putin, ditador russo. Não sou de teorias da conspiração, mas será que não apresentaram o tal “sósia do Lula” para ele? 

“Fontes no Brasil me informam que o presidente Lula manipulou um suposto acidente para não comparecer à recente Cúpula do BRICs” – Tarek William Saab, procurador-geral da Venezuela. Pois é, às vezes a mentira tem perna curta, nove dedos e nenhum curativo na cabeça. 

“BRICs se escreve com ‘b’ de Bolívar” – Nicolás Maduro, ditador venezuelano. O que não faltam são palavras que combinem com BRICs e comecem com “b”. 

“Quem mexe com a Venezuela se dá mal” – post da Polícia Nacional Bolivariana da Venezuela com imagem da silhueta de Lula, no Instagram. O anão diplomático voltou! E desta vez como meme de leão-de-chácara de ditadura. 

Ressaca eleitoral 

“E pensar que durante várias eleições eu votei no PSDB… Que desperdício!” – Aguinaldo Silva, dramaturgo. É, a trama dessa novela está enrolada demais até para os profissionais. 

“Votei no Boulos pela mudança”  

Geraldo Alckmin, vice-presidente, após votar no 2º turno em SP. Claro, a mudança dele mesmo, de SP para Brasília.

“É óbvio que, quem é advogado como eu, o STF é algo que você não trabalha, mas também não recusa” – Rodrigo Pacheco, presidente do Senado (PSD-MG), sobre suas aspirações para o futuro. E para quem é parte interessada em processos, seria como acertar na loteria. 

“Em Porto Velho, de manhã, teve chuva intensa. Isso desanima? Isso leva a não ir?” – Cármen Lúcia, presidente do TSE, comentando sobre o alto nível de abstenções nas eleições municipais. Mais desanimados do que nessa eleição, só se fosse para votar num concurso de Miss Democracia entre Carminha, Míriam Leitão e Gleisi Hoffmann. 

“Aquela toada em torno das ameaças que constituíam para a democracia as urnas eletrônicas, esse lero-lero já não se repetiu” – Gilmar Mendes, ministro do STF. Para que nunca se diga que as prisões políticas, cassações de mandatos, censura e suspensões de redes sociais foram em vão. 

“Homem que declarou insanidade em processo criminal é eleito prefeito” – manchete do portal Metrópoles, sobre Joel Ghisi (PDT-RS), prefeito eleito da cidade de Mariana Pimentel. Bem, ao menos ninguém pode negar que ele representa fielmente seus eleitores. 

“Perdemos a eleição, mas recuperamos a dignidade da esquerda” – Guilherme Boulos, candidato derrotado à prefeitura de SP (PSOL). Análise certeira: a melhor maneira da esquerda recuperar a dignidade é evitando o contato direto com os cofres públicos. 

É verdade esse bilete (do PCC) 

“Ele dá uma informação que é ruim para o adversário. Parece alguém que quer interferir no resultado de uma eleição” – Ana Flor, comentarista da GloboNews, sobre Tarcísio Gomes revelar bilhetes de facção criminosa supostamente orientando voto em Boulos. Desta vez, a vítima de interferência eleitoral foi o PCC, mas amanhã pode ser você, que, ao contrário deles, não tem uma assessoria de imprensa para te defender. 

“Tarcísio, ‘bolsonarista moderado’, comete crime eleitoral mais grave de 24” – Reinaldo Azevedo, jornalista. Gravíssimo mesmo, quase tão grave quanto pichar uma estátua com batom. 

“Aquele cidadão que é bandido, está preso, vai querer votar em quem: em quem quer matar ele (sic) ou quem quer tratá-lo com direitos humanos?” – Eliane Cantanhede, jornalista, sobre as preferências políticas do PCC. Eu, pessoalmente, votaria naquele que subisse o morro para bater um papo e ainda recebesse minha cupincha no Ministério da Justiça. 

“É tudo muito grave, mas não é estranho a esse campo [da extrema direita]. A criminalização da esquerda é uma tônica” – Flávia Oliveira, comentarista da GloboNews. A extrema direita padece de uma vergonhosa corruptofobia. Talvez a solução seja criar cotas para garantir mais diversidade ética nos cargos públicos. 

A Esquerda no divã 

“Esquerda desistiu de lutar, e Brasil virará Irã” – Jessé Souza, sociólogo. Agora faz sentido a visita do Alckmin à Teerã.  

“O PT é o campeão nacional das eleições presidenciais, mas não saiu ainda do Z4 nas eleições municipais” – Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais. Talvez seja porque o juiz amigo só apita em jogos de foro privilegiado; e não em campeonato de várzea. 

“Ofender o partido, fazendo graça, e diminuir nosso esforço nacional não contribui para alterar essa correlação de forças” – Gleisi Hoffmann, presidenta do PT (PR), respondendo a Padilha. Parece que o Padilha contribuiu tão pouco para o partido que nem na planilha da Odebrecht ele entrou. 

“Eleições provam farsa da polarização e derrotam Bolsonaro; o centro é Lula” – ponderou Reinaldo Azevedo, colunista do UOL. Deixamos para o Mario Sabino responder: “A última piada petista: ‘Lula é um presidente de centro’. Só se for de centro espírita”. 

“A esquerda tem que parar de se pautar por diretórios acadêmicos, por gente rica, como eu, que acha que entende o que a classe baixa quer, enquanto toma um vinho” – Marcelo Feller, advogado criminalista. Certo, mas vão com calma, ou podem acabar elegendo um analfabeto que só beba cachaça. 

“Esquerda vai continuar sendo massacrada nas redes se não regularmos” – Gleisi Hoffmann. Se a Gleisi pretende censurar todos que a criticam, talvez seja melhor ela trocar a política pela magistratura de uma vez. 

A Direita no Purgatório 

“Bolsonaro se preocupou com o poder e vai ter troco” – Sandro Mabel, prefeito-eleito de Goiânia (União-GO). É a eterna rivalidade entre o Bozo e o Papai Papudo. 

“Eu entendo que não dá para incluir o Bolsonaro, porque é só para os ‘golpistas’” – Valdemar Costa Neto, presidente do PL, sobre a Lei de anistia aos presos do 8 de janeiro. Até a cobra, que nem pernas tem, às vezes tropeça na própria língua. 

“Não existe direita sem meu nome” – Jair Bolsonaro. A não ser aquela direita que foi bater nas portas dos quartéis; daí, cada um que responda pelo próprio CPF. 

“Eu não tenho intenção de voltar para a política partidária, mas não vou cuspir pra cima porque pode cair na testa” – Joice Hasselmann, candidata derrotada à vereadora em SP. O que eu não entendo é ter medo de cuspir pra cima, mas não de jogar suas ideias no ventilador. 

Cantinho do Estado Policial 

“Ninguém dá mais trabalho para a PF do que o bolsonarismo e a direita fisiológica. Mas corrupção, só nos governos do PT, evidentemente” – Ricardo Noblat, jornalista. Realmente, é um verdadeiro mistério como a PF organiza suas prioridades, dado o histórico. 

“Lutar contra a democracia é crime” – Cármen Lúcia, ministra do STF, sobre anistia aos presos políticos do 8 de janeiro. Já fazer a democracia dar um triplo mortal carpado, com graça e elegância, deve ser considerado uma forma de arte.  

“Não haverá anistia” – Otto Alencar, novo líder do governo no Senado (PSD-BA), sobre perdão a Bolsonaro por “atos antidemocráticos”. Anistia é coisa para os profissionais, afinal, quem nunca prevaricou que atire a primeira denúncia. 

“A melhor defesa para não ser acordado com a PF na sua casa é ser corrupto. Então eu peço para meus colegas petistas, por favor me passem o telefone do José Dirceu!” – Gustavo Gayer, deputado federal (PL-GO), denunciando operação da PF contra seu assessor. Não sei se é esse tipo de consultoria que o Dirceu alega prestar, mas, se for, a lista de espera deve ser mais longa que a fila do SUS. 

“Anistia a golpistas é ‘bode na sala’ para negociar outros benefícios aos presos do 8 de janeiro” – Camila Bomfim, apresentadora da GloboNews. Na política brasileira, as barganhas sempre terminam com algum animal exótico na sala de estar — ou no gabinete. 

“O andar debaixo do Judiciário, em muitos locais, está contaminado. São os apontamentos que os Ministros fazem para mim” – Andreia Sadi, apresentadora de TV, sobre descoberta de esquema de venda de sentenças. Parece que ela só presta atenção nas fofocas do elevador de serviço; no social, faz ouvidos moucos. 

“Quem sabe um tempinho ficando preso eles aprendem que democracia é bom” – Lula, rejeitando a anistia aos presos políticos do 8 de janeiro. O problema é que, depois de sair, a pessoa parece esquecer as lições rapidinho. 

“‘Gerente’ de Marcola quer ir para o semiaberto” – informa Josmar Jozino, jornalista, sobre membro do PCC, condenado a 100 anos por homicídio, roubo e tráfico de drogas. Que alívio, por um momento achei que estavam dando saidinha para quem cometeu “atos antidemocráticos”. 

“Estava com pedaço de madeira de um metro de comprimento, estaca de madeira pontiaguda, estilingue e bolas de gude” – Alexandre de Moraes, ministro do STF, em decisão condenando preso político do 8 de janeiro. Certíssimo, esse verdadeiro arsenal poderia até derrubar o helicóptero do André do Rap, que o STF acabou de liberar. 

O Império vai às urnas 

“Tem o QI de um poste” – Mel Gibson, ator e diretor, sobre Kamala Harris. Por favor, não envolvam nosso Ministro da Fazenda nessas comparações maldosas. 

“Elon Musk veio com um visto de estudante, mas ele estava trabalhando, violando a lei, e quer falar sobre os outros ilegais” – Joe Biden, presidente americano. Entrar ilegalmente, tudo bem, mas trabalhar… daí já é crime. 

“Acho que alguém precisa da ajuda de um médico ali” – Richard Todd, um dos sete “médicos” abortistas que assistiam, sem saber o que fazer, enquanto um apoiador de Kamala Harris passava mal durante comício. Afinal, eles são treinados para tirar vidas, não para salvá-las. 

“Não sei se vocês sabem, mas existe uma ilha de lixo flutuando no meio do oceano neste momento. Acho que se chama ‘Porto Rico’” – Tony Hinchcliffe, comediante, fazendo piada durante comício de Trump em Nova York. Com essa piada, Trump perdeu o voto potencial de muitos latinos; eu mesmo desisti de entrar ilegalmente nos EUA para votar nele. 

“O único lixo que vejo flutuando por aí são os apoiadores dele [Trump]” – Joe Biden, presidente americano, rebatendo piada de Hinchcliffe. E então, o Tio Paulo acordou de repente só para xingar o gerente do banco bem na hora em que ele ia assinar o empréstimo… 

“Que bola fora do Joe Biden de chamar os apoiadores do Trump de ‘lixo’” – Guga Chacra, comentarista da GloboNews. Sorte que ele sempre pode contar com seu fiel gandula para repor a bola em jogo, como se nada tivesse acontecido. 

“Nossa profissão [jornalismo] é agora a menos confiável de todas, abaixo do Congresso” – Jeff Bezos, bilionário dono do jornal Washington Post, em editorial explicando que o jornal não declararia apoio a nenhum candidato. Faltou ao Bezos apurar melhor antes de comprar o jornal.

Bola de Latão 

“É apenas razoável imaginarmos que o racismo tenha exercido papel decisivo para que Vini não seja eleito” – Milly Lacombe, ativista social e comentarista de futebol. É, nada mais razoável do que ela imaginar isso, e depois confundir essa imaginação com a realidade. 

“Isso que eu chamo de voto em branco” – Antonio Tabet, o Kibe Loco, insinuando racismo nos votos da Bola de Ouro desde 2006. Ah, agora está explicado como Messi e Cristiano Ronaldo, dois cabeças de bagre, acumularam tantos prêmios.

“Infelizmente, o racismo venceu no caso do júri, mas não no voto popular, pelo qual o Vini Jr. é o melhor do mundo nesse momento” – lamentou Guga Chacra. Deve ser tudo culpa dos jornalistas: grandes democratas ao escolher políticos, mas monstros racistas ao votar em jogadores de futebol.

Ari Fusevick é brasileiro não-praticante, escreve sobre filosofia, economia e política, na margem entre o inconcebível e o indesejável. Colabora com a Gazeta do Povo, Newsmax e New York Post. Autor da newsletter “Livre Arbítrio” e do livro “Primavera Brasileira“.

noticia por : Gazeta do Povo

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