POLÍCIA

Homem que intimidou juíza no trânsito diz que não a reconheceu e pede liberdade: "Não é celebridade”

APARECIDO CARMO

DO REPÓRTERMT

A defesa de Adriano Aparecido Fabrício, preso por intimidar uma juíza eleitoral às vésperas das eleições municipais em Sorriso, pediu que ele seja solto mediante a imposição de medidas cautelares. O pedido foi apresentado ao Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) na terça-feira (08).

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A ação foi filmada por uma câmera de monitoramento. Nas imagens é possível ver que o homem vem com o carro na contramão, fecha a magistrada, desce do seu veículo e vai até a juíza. Eles chegam a discutir. 

A ação teria sido motivada porque a magistrada, que tem poder de polícia, estava removendo peças publicitárias irregulares em uma via pública da cidade.

A argumentação dos advogados Ulisses Rabaneda e Renan Serra é que o acusado não teria como saber que se tratava de uma magistrada.

“É preciso constatar que juízes não são celebridades, de modo que não é de esperar que sejam amplamente conhecidos pelo público, principalmente por pessoas que não desenvolvem atividades forenses”, diz a manifestação, que ainda destaca que a vítima da intimidação “não trajava beca”.

Conforme os advogados, o veículo usado pela magistrada estava desprovido de qualquer identificação que remetesse à Justiça Eleitoral ou ao Judiciário, usava roupas casuais e não era acompanhada por nenhum servidor devidamente identificado.

“Além disso, é de clara constatação que a conduta da suposta ofendida não se reveste minimamente do formalismo que se espera de um agente público no exercício de sua função”, diz outro trecho da manifestação.

“Em suma, era perfeitamente razoável que o homem médio suspeitasse que a alegada ofendida, dada as circunstâncias em que se encontrava (trafegando em seu veículo particular, trajando roupas casuais, desacompanhada de qualquer agente público devidamente identificado), se tratasse de uma particular apoiadora do candidato concorrente, agindo em detrimento dos interesses do candidato apoiado pelo paciente”, prossegue a argumentação.

Por fim, os advogados pediram a suspensão da prisão preventiva e a adoção de medidas cautelares como a proibição de manter contato com a vítima, proibição de se aproximar do seu local de trabalho e, “no pior dos casos, monitoramento eletrônico”.

Relembre

O caso foi registrado na sexta-feira (04), mas se tornou público na manhã do sábado que antecedia o primeiro turno das eleições municipais.

A juíza disse para a polícia que foi ameaçada, desacatada, caluniada e constrangida. O caso foi registrado como ameaça, constrangimento ilegal, calúnia e direção perigosa em via pública.

Depois da grande repercussão do caso, Adriano Fabrício procurou a delegacia da cidade e se entregou.

FONTE : ReporterMT

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