O secretário de saúde, Gilberto Figueiredo, que recentemente recebeu apoio do presidente da Assembleia de Deus Madureira, pastor José Fernandes Noleto, inaugurou nesta semana um ambulatório dedicado à atenção à transexualidade. A iniciativa, que visa oferecer suporte especializado à população trans, gerou polêmica entre líderes religiosos que até então eram aliados do secretário.
A cerimônia de inauguração foi marcada pela presença de representantes da comunidade LGBTQIA+ e profissionais da saúde, que celebraram o novo espaço como um passo importante na garantia de direitos e na promoção da saúde integral da população trans.
No entanto, a decisão de Gilberto Figueiredo de apoiar publicamente a criação do ambulatório não foi bem recebida por todos os seus aliados. Pastores que haviam manifestado apoio ao secretário expressaram sua insatisfação, alegando que a medida vai contra os princípios defendidos por eles. “É inadmissível que um líder que conta com nosso apoio tome uma decisão tão contrária aos valores que pregamos”, disse um dos pastores que preferiu não se identificar.
A reação negativa desses líderes religiosos coloca em evidência a tensão existente entre as pautas de saúde pública e as convicções religiosas de parte dos apoiadores de Figueiredo. Pastor José Fernandes Noleto, que havia demonstrado apoio ao secretário antes da inauguração, ainda não se pronunciou oficialmente sobre a situação.
Especialistas apontam que a criação de espaços de atendimento para a população trans é fundamental para a redução da discriminação e para a promoção de uma saúde mais inclusiva. Entretanto, a polêmica levantada pela inauguração deste ambulatório mostra que ainda há um longo caminho a ser percorrido na construção de um consenso entre diferentes setores da sociedade.
A expectativa agora é sobre os próximos desdobramentos dessa controvérsia, que poderá impactar a relação entre Gilberto Figueiredo e seus apoiadores religiosos nas futuras decisões políticas e na condução de outras políticas públicas de saúde.