O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que as indicações para a presidência e as diretorias do Banco Central poderão ser feitas em bloco pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Haddad evitou antecipar se o nome indicado para suceder Roberto Campos Neto no comando do banco será o do atual diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, considerado favorito.
Se o nome for confirmado, Lula terá que fazer três outras indicações até o final do ano. Uma para a vaga que será deixada pelo próprio Galípolo e outras duas para o lugar de diretores que terminam o mandato no dia 31 de dezembro deste ano.
Além de Campos Neto, deixam o BC os diretores Otavio Damaso (Regulação) e Carolina de Assis Barros (Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta). Pela natureza dessas duas diretorias, as vagas para os dois cargos devem ser preenchidas por nomes de dentro do banco.
Apesar de não ter citado nomes, Haddad acabou cometendo um ato falho ao responder a uma pergunta se as três outras indicações também seriam feitas em bloco, junto com a vaga para a presidência do BC. O ministro disse que sim, mas só haverá outras três indicações se Galípolo for o futuro presidente —sem isso, Lula terá apenas mais duas vagas para nomear diretores do BC.
Haddad disse acreditar que Lula já tem o nome do futuro presidente em mente, mas não falou o mesmo dos próximos diretores, em uma sinalização de que a escolha dos outros diretores ainda não está fechada.
Há uma expectativa de que as vagas das diretorias mais técnicas possam ser preenchidas por servidores de carreira do BC. Já a vaga de Galípolo na diretoria de Política Monetária deverá ser ocupada por um nome da iniciativa privada.
“Mas nós vamos levar… Eu vou levar para ele. Ele pediu a indicação dos outros nomes”, afirmou Haddad.
Entre autoridades do governo, no Senado e no mercado financeiro, a indicação do diretor de Política Monetária já é dada como certa. Enquanto isso, Galípolo já tem atuado como o principal coordenador das expectativas de inflação e de decisão de juros.
O governo aguarda acertos finais com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para marcar a data da sabatina dos indicados na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) no Senado.
Pela legislação brasileira, os nomes têm que ser aprovados pelos membros da CAE e depois pelo plenário do Senado.
“Tudo está programado para uma conversa entre Senado e Planalto sobre a possibilidade de fazermos a sabatina durante esse processo de recesso branco”, afirmou Haddad. Ele disse contar com a simpatia dos senadores para que isso aconteça.
noticia por : UOL