POLÍCIA

Hoje é festa lá no condomínio, pode aparecer, vai rolar…

EUSTÁQUIO RODRIGUES FILHO

Quando você se muda para um condomínio fechado de casas, certamente é porque está buscando segurança, tranquilidade e um espaço aberto comum bem definido por regras, pressupondo que todos vão cumprir tais regras, sob pena de sanções em dinheiro até a expulsão do local.

Mas você pode observar ao seu redor que não é isso o que está acontecendo. A falta de educação e o egoísmo estão regendo as relações condominiais em detrimento da boa convivência e respeito para com o próximo.

Hoje, quando um condômino aluga um (01) salão de festa, seus convidados se sentem no direito de usufruir da piscina (muitas vezes tornando quase impossível o uso pelos próprios moradores), do parque infantil, das quadras esportivas, do pomar, e, se bobear, até da academia. Mas, frise-se, a locação é referente apenas ao salão de festas, porém, a festa alcança até onde vai a sua imaginação.

As placas indicativas de velocidade, de “Pare” e “Proibido Estacionar” são meros enfeites, estacas inúteis, visto que muitos moradores repetem no condomínio, simplesmente, o que fazem pelas ruas tresloucadas da cidade onde mora. Não há um mínimo de respeito, visto que é difícil multá-los e a palavra “cortesia” passa longe do vocabulário do infrator.

Jovens, adolescentes e crianças mal-educados que, após ficarem imundos nos campos de futebol e quadras de areia, vêm se lavar dentro da piscina, deixando-a quase um lamaçal – menção meritória para adolescentes e crianças que bebem água enfiando a boca diretamente no bocal do bebedouro.

Moradores que gostam de divulgar, para todo condomínio, seu gosto musical em casa e na piscina, ouvindo músicas em volumes absurdos, mesmo sabendo que isso incomoda os outros moradores, afinal, “os incomodados que se mudem”.

A proliferação sem limites de animais de estimação perambulando sozinhos pelas ruas, mesmo que isso seja expressamente proibido, fazendo cocô e xixi nas calçadas e nos quintais dos vizinhos – “menção de aplausos” para quando saem com seus donos e estes deixam o cocô onde foram ternamente defecados.

Vale ainda uma menção honrosa à lei estadual (tosca e ridícula) que obriga condomínios a cuidar de qualquer animal que por lá apareça, ficando impedidos de mandá-los para longe senão com ordem judicial. Moradores que se lasquem com eventuais doenças e agressividade do bicho.

E a falta de controle de prestadores de serviço perambulando pelo condomínio, causando situações incômodas e perigosas?

Interessante que, após o surgimento dos comunicadores instantâneos (Whatsapp e Telegram, por exemplo), as discussões sobre esses problemas mudaram de arena: saíram das assembleias e foram para o mundo virtual, onde se tornaram constantes, acaloradas e inúteis, e, cada vez mais, você tem que ir se conformando com os percalços e infortúnios da convivência em comunidade.

Não importa se há regras. Não importa que há multas (não aplicadas). Não importa que o direito de um termina onde começa o do outro. Não importa que, universalmente, é sabido que o direito coletivo é tão importante (e algumas vezes se sobrepõe) quanto o direito individual.

Cada vez mais a vida em comunidade, nesse caso a vida em condomínio, está se deteriorando e, uma solução encontrada para botar um mínimo de ordem no caos que estão as ruas da sua cidade (condomínios horizontais fechados), torna-se cada vez mais caótica, virando um (con) domínio da falta de educação, do egoísmo e da barbárie – a cara da música do Latino.

 

 

Eustáquio Rodrigues Filho – Cristão, Servidor Público e Escritor. Autor do livro “Um instante para sempre”. Instagram: @epelomundo

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FONTE : ReporterMT

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