O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, declarou nesta segunda-feira (19) que o mais recente esforço diplomático de Washington para alcançar um cessar-fogo na Faixa de Gaza talvez seja a última oportunidade de trégua e instou todas as partes a concluírem o acordo.
Ele chegou a Israel neste domingo (18), em sua nona visita ao Oriente Médio desde os atentados terroristas do Hamas que deram início aos combates, em outubro do ano passado.
“Este é um momento decisivo, provavelmente o melhor, talvez a última oportunidade de levar os reféns para casa, alcançar um cessar-fogo e colocar todos em um caminho melhor para uma paz e segurança duradouras”, disse Blinken ao se encontrar com o presidente israelense, Isaac Herzog. “Também é o momento de garantir que ninguém tome nenhuma medida que possa atrapalhar o processo.”
No mesmo dia de sua chegada, porém, autoridades de Gaza afirmaram que um bombardeio de Israel deixou 21 mortos no território palestino —incluindo seis crianças e a mãe delas— e o Hamas e o Jihad Islâmico reivindicaram um ataque suicida perto de uma sinagoga em Tel Aviv que feriu uma pessoa.
Lá Fora
Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo
Desde o início do conflito, Israel já deixou mais de 40 mil mortos e 92 mil feridos na Faixa de Gaza, de acordo com o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas. A facção palestina, por sua vez, afirmou em um comunicado que ataques suicidas “voltarão à tona” dentro de Israel enquanto a guerra continuar.
Mesmo assim, o debate em torno de um acordo continuará esta semana no Cairo após uma reunião de dois dias em Doha, na semana passada. No Qatar, as negociações foram interrompidas sem avanços, e as conversas devem ser retomadas com base em uma “proposta intermediária” dos EUA.
Blinken intensificará a pressão diplomática dos EUA para garantir que os negociadores consigam um avanço ainda esta semana, depois de Washington apresentar na semana passada propostas que os países mediadores acreditam que fecharão as lacunas entre as partes em conflito.
“Estou aqui como parte de um esforço diplomático intensivo sob as instruções do presidente Biden para tentar levar este acordo até a linha [de consenso]. É hora de todos dizerem sim e não procurarem desculpas para dizer não”, afirmou.
Horas após a chegada de Blinken, o Hamas disse que responsabiliza o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, por “frustrar os esforços dos mediadores”, atrasar um acordo e expor os reféns israelenses em Gaza à mesma agressão enfrentada pelos palestinos.
Houve uma urgência crescente para alcançar uma trégua em meio a temores de escalada em toda a região. O Irã afirmou que vai retaliar Israel após o assassinato do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã, no dia 31 de julho. Por ora, porém, a forma e a circunstância de um possível revide de Teerã seguem sob incerteza.
noticia por : UOL