CUIABÁ

Vereadores participam de solenidade de entrega do Beco do Candeeiro

Os vereadores de Cuiabá prestigiaram a entrega das obras de revitalização do Beco do Candeeiro, evento que aconteceu na última sexta-feira (14), no Centro Histórico da Capital.
 
Orçado em R$ 247 mil, o projeto teve o apoio inconteste da Câmara desde as primeiras conversações para assinatura do Termo de Ajuste de Compromisso (TAC), a fim reiniciar o projeto do PAC Cidades Históricas. O presidente da Câmara de Cuiabá, vereador Juca do Guaraná Filho (MDB) destacou a importância da obra para cultura cuiabana.
 
“Nossa história começou por aqui também, é um resgate histórico. O Beco vai ser mais um ponto turístico da nossa Capital”, disse.
 
O vereador Mário Nadaf (PV), líder do governo na Câmara, que é também professor de História, lembrou que o logradouro é historicamente bastante significativo para a cuiabania, porque “é a primeira rua da cidade, portanto – esta inauguração – é um gesto muito importante, pois é também o começo de um processo que vai ser desencadeado”, com a entrega de outras obras e conjunto de entregas projetadas para as comemorações dos 302 anos de Cuiabá.
 
Os vereadores Rodrigo de Arruda e Sá (Cidadania), Eduardo Magalhães (Republicanos), Renivaldo Nascimento (PSDB) e Cezinha Nascimento (PSL) também participaram da solenidade.
 
Retrospectiva
 
“Quando assumi, em 2017, um dos primeiros atos foi retomar o PAC Cidades Históricas, lançado em 2014 e que administrações passadas largaram e por pouco não foi perdido. 
 
Com a ajuda dos secretários de então, Francisco Vuolo e depois Justino Astrevo, o resultado foi gradativamente sendo alcançado, até finalizar com a Carlina Jacob, contando com a parceria do IPHAN em todas as etapas”, relembrou o prefeito Emanuel Pinheiro, no discurso da inauguração das obras.
 
Além do Beco do Candeeiro, o prefeito enumerou outras intervenções patrocinadas pelo PAC no intuito de recuperar as características arquitetônicas do Centro Histórico de Cuiabá: as praças Caetano Albuquerque, Alencastro, Senhor dos Passos, Alberto Novis, Ipiranga, da Mandioca, e também a Escadaria do Beco Alto, o MISC, a Casa Barão de Melgaço e “tantos outros cantinhos históricos e tradicionais, sempre respeitando as normas do IPHAN, buscando a preservação do patrimônio nacional e municipal”, afirmou o Prefeito, para em seguida completar que “o Beco do Candeeiro não pode ser só a entrega de um ponto determinado, nós temos que ocupar e fazer dele um grande espaço de encontro”.
 
Oficial x tradicional
 
Nos registros oficiais a rua recebe o nome de 27 de Dezembro e com esse nome homenageia a data em que ocorreu o ataque das forças paraguaias ao Forte Coimbra em 1864, durante a Guerra do Paraguai e ficou marcado na história como um ato de bravura do exército brasileiro, retardando a investida paraguaia, que só consegue alcançar o território nacional em 29 de dezembro.
 
Mas o povo da cidade nunca deixou de se referir ao local como Beco do Candeeiro, que ganhou esse nome por ter sido a primeira rua da cidade a receber iluminação, que era feita com candeeiros – espécie de lamparinas ou lampiões que produziam luz a partir da queima de pavios encharcados por combustível.
 
O Beco do Candeeiro, em tempos idos, foi endereço de famílias abastadas por que se localizava na região central da cidade, onde estavam os grandes comércios e proporcionava grande movimentação do povo. 
 
Com o passar do tempo e as consequentes mudanças que Cuiabá sofreu, provocando a decadência da região conhecida como Centro Histórico, o Beco do Candeeiro foi ficando sob o comando da marginalidade, sofrendo a degradação imposta pelo abandono do poder público que deixou de destinar ações públicas para o local.
 
Do tempo em que eram pisadas pelas pessoas que geriam os destinos políticos do estado e da cidade, sobraram os paralelepípedos que calçaram aquele chão e que servem ainda hoje para lembrar sua história, num enredo que foi das glórias ao degredo.
 
Para recuperar o glamour, no projeto de restauração, as pedras do calçamento foram mantidas, as fachadas das casas pintadas com as mesmas cores de outrora, as calçadas foram rebaixadas para melhor caracterizar sua arquitetura.
 
Para recuperar seu antigo aspecto e importância, na restauração foi projetada a Base Integrada do Centro Histórico, como parte de ações que vão garantir proteção ao patrimônio histórico na região e também oferecer serviços de saúde e acolhimento à população em situação de rua. Esse projeto está em execução em parceria com as secretarias de Ordem Pública, de Saúde, de Agricultura, Trabalho e Desenvolvimento Econômico, de Assistência Social, Direitos Humanos e da Pessoa com Deficiência, de Mobilidade Urbana e terá também o apoio da Polícia Militar.
 
Com isso está programado para funcionar no Beco uma das lojas da Associação Homens e Mulheres de Fibras, formada por cerca de 300 artesãos, em espaço cedido pela Prefeitura para comercialização de peças artesanais em tecido, jornais usados, vidro e madeira, com temáticas que remetem aos valores da cuiabania e da cultura mato-grossense. Todo o dinheiro da venda vai ficar para os artesãos, que vão arcar apenas com os custos de manutenção do local, pois não haverá cobrança de aluguel.

Secom Câmara com informações da Secom Prefeitura de Cuiabá

Facebook
WhatsApp
Email
Print
Visitas: 3041 Hoje: 6 Total: 7758486

COMENTÁRIOS

Todos os comentários são de responsabilidade dos seus autores e não representam a opinião deste site.