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Vaticano inicia processo de excomunhão de arcebispo que chamou papa de ‘servo de satanás’

A Igreja Católica está em vias de excomungar um arcebispo que é opositor do papa Francisco, por conta de seus posicionamentos conservadores em relação à doutrina católica.

O italiano Carlo Maria Viganò, ex-núncio dos Estados Unidos, compartilhou nas redes sociais a convocação para uma audiência em que ele é acusado do crime de cisma. Se condenado, a pena é a excomunhão da Igreja Católica.

Entretanto, o arcebispo não compareceu à audiência e afirmou no X que considera que seu julgamento seja um jogo de cartas marcadas: “Presumo que a sentença já esteja preparada, tendo em vista que se trata de um processo extrajudicial. Considero as acusações contra mim uma honra. Acredito que o próprio teor das acusações confirma as teses que tenho defendido”, disse ele.

As acusações contra Viganò abrangem suas críticas ao papa Francisco. No processo, o arcebispo é acusado de fazer “declarações públicas que resultam na negação dos elementos necessários para manter a comunhão com a Igreja Católica: a negação da legitimidade do papa Francisco, o colapso de comunhão com ele e a rejeição do Concílio Vaticano II”.

Em 2018, Viganò acusou abertamente Francisco de acobertar os abusos sexuais cometidos pelo cardeal norte-americano Theodore McCarrick, e solicitou a sua demissão, segundo informações do portal IHU.

Na visão do arcebispo italiano, o Concílio Vaticano II (1962-1965) – um conjunto de encontros que revolucionaram a doutrina da Igreja – é “um câncer ideológico, teológico, moral e litúrgico” que teria encontrado seu ápice na “Igreja Bergogliana”, uma referência ao sobrenome do atual papa. Dessa forma, ele entende que a liderança de Francisco representa uma “metástase” que está destruindo a Igreja Católica de dentro para fora.

Além disso, Viganò já referiu-se a Francisco como um “herege” e “tirano”, questionando sua eleição no conclave de 2013 após a renúncia de Bento XVI, chegando ao ponto de classificar o papa como “servo de Satanás” após a publicação do documento Fiducia Supplicans, que permite a bênção a uniões homossexuais.

FONTE : Gospel Mais

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