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Casella teria adquirido vários imóveis, fazendas e hotéis, tendo um patrimônio avaliado em R$ 46,9 milhões
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Casella teria adquirido vários imóveis, fazendas e hotéis, tendo um patrimônio avaliado em R$ 46,9 milhões
FERNANDA ESCOUTO
DO REPÓRTERMT
O ministro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luis Felipe Salomão, determinou o prosseguimento das investigações contra o juiz federal Raphael de Almeida Casella. O magistrado, que está afastado por outros processos administrativos, é acusado de conceder benefícios previdenciários de forma irregular para beneficiar políticos e em troca receber “vantagens patrimoniais indevidas”.
A partir do esquema, Casella teria adquirido vários imóveis, fazendas e hotéis, tendo um patrimônio avaliado em R$ 46,9 milhões, valor este incompatível com a sua renda de juiz.
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“Ao final, apurou-se que os bens e valores incompatíveis com as rendas e evolução patrimonial do magistrado – os quais, ao que tudo indica, são provenientes, em parte, das referidas fraudes remontam à quantia de R$ 46.945.283.81”, diz trecho da ação.
Conforme os autos, um médico perito aposentado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que trabalhava em Cáceres, depôs à polícia informando que sistematicamente, os benefícios previdenciários que eram indeferidos na esfera administrativa, pela não comprovação de transtorno psiquiátrico, estavam sendo deferidos na esfera judicial, por decisões de Casella, “que eram subsidiadas por laudos periciais fraudulentos, lavrados por peritos particulares em colaboração com o poder judiciário, instruídos por advogados que também estavam cientes do esquema”.
O magistrado é acusado também de ir a tribo indígena Região dos Tintas Largas, em Rondolândia (1062 km de Cuiabá) e sugerir que concederia benefício para “todo mundo”, independentemente de perícia/parecer, desde que as pessoas votassem em determinados candidatos aos cargos de governador, senador e deputados estadual e federal.
Foi determinado o sobrestamento do pedido por 120 dias, para que pudessem ser concluídas as diligências em curso no inquérito policial instaurado pela Polícia Federal e pelo próprio Ministério Público Federal.
Como as apurações seguem em andamento no âmbito criminal, o ministro determinou que a Corregedoria do Tribunal Regional Federal da 1ª Região continue apurando o caso.
FONTE : ReporterMT