POLÍCIA

Prints revelam ex-diretor de presídio e policial penal cobrando R$ 20 mil por transferência de tesoureiro do CV

RENAN MARCEL

DO REPÓRTER MT

Prints de conversas realizadas pelo WhatsApp revelam que o ex-diretor do Centro de Ressocialização de Cuiabá, mais conhecido como Presídio Carumbé, Winkler de Freitas Teles, cobrou o valor de R$ 100 mil para receber cinco presos ligados ao Comando Vermelho na sua unidade. O bando estava na Penitenciária Central do Estado (PCE) e queria ir para um presídio com menor rigor penitenciário. Entre eles estava Paulo Witer Farias, o WT, apontado como tesoureiro da facção e que voltou a ser preso em março deste ano.

A interceptação das conversas foi feita no celular de Willian Aparecido da Costa Pereira, mais conhecido como “Willian Gordão”, que é ex-servidor da Câmara de Vereadores de Cuiabá e dono do Dallas Bar. Apontado como “testa de ferro do CV”, Willian foi preso durante a Operação Ragnatela nessa quarta-feira (5).

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Reprodução

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 A transferência de W.T e outros quatro foi negociada em junho de 2020. A facção teria que pagar R$ 20 mil para a transferência de cada um deles. No print, o ex-secretário de Segurança Pública, Alexandre Bustamante, também é citado como beneficiário do esquema. Bustamante nega a participação.

Na decisão que autorizou os mandados de busca, apreensão e prisão dos alvos da operação, o juiz João Francisco de Almeida cita que o esquema de tranferência de presos para atender facção criminosa é citado.

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“Descortinou-se um esquema de transferência de lideranças do Comando Vermelho para presídios de menor rigor penitenciário, a fim de possibilitar a comunicação com os demais integrantes que estão em liberdade mediante o recebimento de considerável valor em dinheiro, a título de propina”, traz trecho do documento. Atualmente, Winkler de Freita Teles exerce a função de presidente da Fundação Nova Chance, que atua na ressocialização de presos.

De acordo com as investigações, o policial penal Luiz Otávio Natalino, outro alvo da operação Ragnatela, foi quem intermediou o acordo financeiro, oferecendo a transferência. Na época, WT estava na PCE e havia sido agredido na unidade por criminosos rivais. A transferência seria uma maneira de garantir sua segurança. Na conversa interceptada, o Carumbé é chamado de “shopping”, uma referência às mordomias dos criminosos.

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Além do tesoureiro do Comando Vermelho, também tiveram a transferência solicitada pelo diretor do Carumbé na mesma leva os presos: Jonas Souza Gonçalves Júnior, Aurelino Gomes da Silva Bisneto, Fábio Aparecido Marques do Nascimento e Luenio César Rondon Rocha. 

Outro lado

Por meio de nota, o Bustamante se manifestou. Confira abaixo:

O advogado Alexandre Bustamante dos Santos, após tomar conhecimento pela imprensa, vem a público esclarecer as falsas acusações de envolvimento do seu nome em negociatas relacionadas à transferência de presos no Estado de Mato Grosso.
Gostaríamos de enfatizar que:
1. Alexandre Bustamante não teve participação em nenhuma negociata de transferência de presos.
2. A transferência de presos no Estado de Mato Grosso segue um protocolo rigoroso que não perpassa pelo Secretário de Segurança.
3. Durante seu período na Secretaria de Segurança, Bustamante não teve qualquer contato com os envolvidos nas supostas irregularidades, e no período acredita que estas transferências não ocorreram.
4. Temos a convicção que houve um equívoco na análise das informações ou que seu nome foi envolvido de forma errônea ou maliciosa pelos responsáveis e os envolvidos na investigação.
5. Causa surpresa que os documentos, que se tornaram públicos, que mencionam a transferência de presos, não tenham sido verificados antes da operação ser deflagrada.
Alexandre Bustamante reitera que sempre esteve e estará à disposição da Justiça para quaisquer esclarecimentos necessários. Entretanto, ele não se manifestará publicamente sobre o assunto até o final das investigações, tendo em vista seu histórico profissional de combate às organizações criminosas.

FONTE : ReporterMT

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