Nesta quinta-feira (22), a filha adotiva da deputada Flordelis (PSD-RJ), Roberta dos Santos, revelou em depoimento ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara que a parlamentar é a principal responsável por arquitetar a morte de Anderson do Carmo.
De acordo com Roberta dos Santos, a deputada influenciava e manipulava os filhos de maneira “anormal”.
Os planos para assassinar o pastor Anderson têm sido atribuídos a outros membros da família, em uma clara tentativa de inocentar Flordelis.
Roberta dos Santos afirmou que “nunca soube” que Niel (como era conhecido o marido de Flordelis) estava sendo envenenado, mas sabia que a congressista dava “remédios” ao marido.
“Eu já vi pessoas que tomaram acidentalmente o suco que era preparado e acabaram passando mal. Mas nunca soube que envenenavam… para morrer mesmo”, contou.
Ela foi questionada se participava do “plano de morte” ao pastor, e contou que no início de 2019, o pai adotivo chegou a lhe contar que havia descoberto um “rascunho de iPad” em que membros da casa tramavam a morte dele.
No entanto, Roberta disse que Anderson não acreditou que Flordelis ou algum filho poderia lhe matar.
O convite à filha de Flordelis para que ela prestasse depoimento foi feito pelo deputado Alexandre Leite (DEM-SP), relator do processo nº 22/21, que apura a conduta da deputada no caso. Se Flordelis tiver o mandato cassado, ela deve ser presa.
Roberta do Santos, de 26 anos de idade, foi adotada por Flordelis e Anderson com três meses de vida, registrada em cartório apenas no nome da deputada, mas teve a criação conduzida por outros dois filhos do casal, Carlos Ubiraci e Cristiane, que são considerados os seus “pais de criação”.
“Eu me casei com 21 anos e saí da casa, mas continuei tendo o convívio normal e ia lá [casa de Flordelis e Anderson] quase todo fim de semana. Entre janeiro e fevereiro de 2019, eu estive lá na casa, e o meu pai Carlos me contou que o Niel o procurou, mostrou uma mensagem que ele descobriu no rascunho do Ipad dele, que estavam tramando a morte dele, só que ele não acreditou.”
Para os investigadores, a prisão de Flordelis está cada vez mais próxima. Cabe agora ao Conselho de Ética da Câmara cassar o seu mandato.