O Drex —real digital em desenvolvimento pelo Banco Central– tem impasse em solução de privacidade e passará por uma segunda fase de testes, informou a autoridade monetária nesta quarta-feira (22).
“As soluções tecnológicas de privacidade testadas até o presente estágio do piloto não apresentaram a maturidade necessária para que se possa garantir o atendimento de todos os requisitos jurídicos relacionados à preservação da privacidade dos cidadãos, apesar de terem evoluído ao longo do tempo”, afirmou o BC em nota.
A autoridade monetária disse ter decidido revisar as diretrizes do piloto para “permitir o avanço de sua infraestrutura em uma segunda fase de testes”, com o objetivo de incorporar novas funcionalidades e promover a evolução e a maturação da plataforma.
Em agosto do ano passado, o BC revisou o cronograma da primeira fase de testes. Inicialmente prevista para acabar entre fevereiro e março deste ano, a etapa inicial do piloto tinha sido prolongada até maio.
Na próxima fase, será testada a implementação de contratos inteligentes –documentos digitais programados por meio de tecnologia para serem executados de forma automática sob as condições acordadas– criados e geridos por outros participantes na infraestrutura criada para o desenvolvimento da moeda digital.
Ou seja, o piloto não ficará mais restrito apenas aos serviços criados pelo BC. De acordo com a instituição, serão avaliados diferentes casos de uso na nova fase do piloto, levando em consideração “os requerimentos de privacidade exigidos pela legislação em vigor”.
Folha Mercado
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Como serão incluídos no ambiente de testes ativos não regulados pela autoridade monetária, o BC diz que haverá necessidade de se assegurar a participação ativa de outros reguladores na plataforma, em especial da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que já acompanha a evolução da moeda digital do Brasil.
De acordo com a instituição, será aberto nas próximas semanas um novo prazo para que os atuais participantes do piloto apresentem propostas de casos de uso do Drex. As iniciativas selecionadas serão testadas a partir de julho.
O BC ainda receberá ao longo do terceiro trimestre novas propostas de candidaturas de instituições que queiram participar do piloto. Os escolhidos deverão testar a implementação de contratos inteligentes até o fim do primeiro semestre de 2025.
O real digital foi batizado de Drex pelo BC no dia 7 de agosto e apresentado como “um passo a mais na família do Pix“. Ele está sendo desenvolvido com o objetivo de trazer avanços em transações mais complexas e popularizar serviços financeiros no país que hoje são caros e pouco acessíveis.
O Drex não é uma criptomoeda, mas uma nova forma de representação da moeda brasileira. Na avaliação de especialistas, tem potencial de modernizar a maneira como hoje são feitos pagamentos, empréstimos, investimentos, compra e venda de carros e imóveis e também criar novas oportunidades de negócios.
noticia por : UOL