VARIEDADES

Frases da Semana: “Quem não come picanha pode comprar uma verdura”

“Eu te conheço de algum lugar” – Zeca Pagodinho a Michel Temer, ex-presidente. Talvez das páginas policiais?

“Não se briga com Moraes; a gente se une a ele” — teria dito Tarcísio Gomes de Freitas, segundo ‘pessoas próximas’. Devem ser aquelas mesmas fontes sobrenaturais, especialistas em revelar detalhes bombásticos de delações que só existem em Nárnia.

“Precisamos do bolsonarismo moderado” – Joel Pinheiro da Fonseca, colunista da Folha de S. Paulo. Joel parece ter adotado a comédia de erros como filosofia de vida, o que nos provoca mais sono do que risadas.

“Sejamos honestos, o agronegócio brasileiro tem uma imagem problemática” – André Driessen, embaixador da Holanda. Sendo honesto, o agronegócio holandês também enfrenta problemas de imagem, a julgar pelos tratores espalhando esterco pelas ruas em protesto. Pelo jeito, alguns respingos chegaram até aqui.

“[A mídia] vêm flertando com o candidato bolsonarista que, caso eleito, deverá consolidar a teocracia miliciana que ameaça o futuro do Brasil” – Cesar Calejon, pessoa normal. As vozes também me disseram que os Illuminati já deram seu aval e os alienígenas já reservaram voos para a posse. Tudo nos conformes do absurdo.

“Eu apoio a luta do MST” — Wagner Moura, direto de Hollywood. Merece um Oscar por melhor roteiro adaptado — adaptado às conveniências de quem curte invasões de terra de longe, como se fossem Cinema Novo.

“Falta de prensado, tipo de maconha mais barata, preocupa consumidores em São Paulo” — manchete do jornal Folha de S. Paulo. O mais revoltante é pensar que o jovem que só queria roubar um celular para comprar um prensadinho agora vai ficar na mão.

“A ânsia de se opor às teses [populistas] nos levou a muitos erros na condução da pandemia. Transformando recomendação em afirmação categórica que se dizia científica, mas na verdade era apenas dogmática” – Pablo Ortellado, professor da USP. Parece que os terraplanistas da saúde finalmente descobriram que a Terra é redonda, gira, e que tudo o que vai, volta.

“Para eles estarem com tanto medo de divulgar, imagina as barbaridades que o Lula deve ter escrito para o Putin” — Eliane Cantanhêde. Nesse governo, o que não é sigiloso é o escárnio, que é sempre público e notório

“Trabalha-dores” – mensagem do Instituto Federal de Santa Catarina para o dia do trabalhador. Fico com receio que alguma Inteligência Artificial veja isso e decida que chegou a hora de exterminar a humanidade.

“As discussões nunca findam, porque o STF recebe demandas todos os dias. Nós temos um câncer no Brasil, que se chama ‘Ação Direta de Inconstitucionalidade’ [ADI]. Então nós, parlamentares, temos que ter coragem de enfrentar esse tema” — Arthur Lira. Não sei o que causa mais dissonância cognitiva: o fato de as ADIs geralmente irem contra a Constituição, ou o uso da palavra ‘coragem’ tão perto de ‘parlamentares’.

“Atenção, Funk Generation!” — Geraldo Alckmin, picolé de mortadela. Será que o Dr. Geraldo não tem ao menos um amigo sincero para lhe dar um toque?

“Eu nem sei o que é esse negócio de ménage. Eu nunca fiz esse tal de ménage” — Adriano, o Imperador. Tabelinha só dentro de campo.

“Existem situações que, quando acontece um abuso de uma criança, a criança é também culpada, porque ela deu lugar” – Pastor Jonas Pimentel. Quem sabe o Ministério Público dê uma olhada no celular desse sujeito, isso se não estiverem muito ocupados caçando velhinhas no WhatsApp.

“A Colômbia mostra o caminho: o presidente Gustavo Petro anuncia o rompimento de relações com Israel. Palestina livre do rio ao mar!” – Sâmia Bomfim, deputada federal (PSOL-SP). A porta-voz do progressismo no Brasil adota um slogan antissemita e apoia o genocídio de Israel, enquanto elogia um ex-terrorista. Parece que isso é o que os novo-democratas estão servindo para o brunch hoje.

“Às vezes é melhor um final trágico do que uma tragédia sem fim” — Jacques Wagner, senador (PT-BA). Uma verdade fácil de se admitir, especialmente quando o final trágico cai na conta do povo.

“Fala de Lula sobre Boulos é liberdade de expressão” – Marco Aurélio de Carvalho, advogado. O nobre doutor não esclareceu em que outras circunstâncias, em sua visão, a liberdade de expressão também já se equipara a um crime.

“Já o chamei de fraco, molenga, letárgico, covarde e preguiçoso. Mas, como aprecio muito seu apoio sincero, vou retirar a palavra ‘letárgico’ da minha declaração” – Donald Trump, sobre Bill Barr, seu ex-procurador-geral e atual desafeto. Esse é o tipo de elogio que machuca mais do que o insulto.

“O Tribunal Internacional de Justiça não decidiu que a alegação de genocídio contra o povo palestino era plausível” — Joan Donoghue, ex-presidente da Corte Internacional de Justiça. Enquanto isso, a mídia nacional continuará reproduzindo os comunicados da Hamaspress.

“Houve aqui uma grande revolução das facções criminosas porque o Camilo Santana (PT-CE) que é o patrão do atual governador fez um acordo com as facções” — Ciro Gomes, coroné (PDT-CE). E depois dizem que o PT não é bom de articulação!

“Reze por mim, que eu rezo pela senhora” — diz Papa Francisco a Dilma Rousseff, a pachamama do PAC. E quem vai rezar por nós?

“Eu odiava aquele cachorro” — Kristi Noem, governadora da Dakota do Sul e vice-presidenciável americana, descrevendo como matou um cachorro a sangue-frio. Talvez em solidariedade ao Joca, Kristi resolveu sacrificar sua carreira política.

“Não sou eu. Me parece uma fotomontagem ou alguém muito parecido” – Jair Bolsonaro, comentando foto de um suposto sósia transgênero. Perdeu a chance de adotar uma nova identidade e conquistar a turma da lacração. Quem sabe, assim, poderia até voltar a ser elegível.

“Eu sou contra o fim da reeleição. O Governo é bom? É Governo para 20 anos” – José Dirceu, ex-presidiário. Seguindo essa lógica, suponho que sua definição de ‘bom governo’ seja um mandato vitalício com intervalos sabáticos na Papuda.

“Condenados perdoados por Putin por lutar na Ucrânia voltam à Rússia e cometem crimes novamente” – manchete desta Gazeta do Povo. Parece que nem mesmo o Putin consegue fazer com que os marginais respeitem a ‘saidinha’.

“Alckmin abre Agrishow, mas público não pode entrar” – manchete d’O Antagonista. Afinal, a presença do povo poderia ser um risco demasiado alto para a democracia.

“O que aconteceu com a comédia? Este é o resultado da extrema esquerda e da porcaria do politicamente correto” – Jerry Seinfeld, comediante americano. Parece que a esquerda está determinada a nos privar de tudo que nunca teve: democracia, liberdade de expressão e, agora, até do senso de humor.

“Após Dino chamar função militar de ‘subalterna’, Marinha condecora ministro com Ordem do Mérito Naval” – manchete desta Gazeta do Povo. É como se o Titanic decidisse homenagear o iceberg com uma medalha de mérito naval.

“O processo eleitoral do Brasil é modelo de transparência, segurança e eficácia” – Cármen Lúcia, ministra do STF. Tão transparente que ninguém consegue ver, tão seguro que é blindado contra críticas e tão eficaz que nem precisamos contar os votos.

“Obesidade na população negra é causada pelo racismo. Tá na hora da ciência brasileira olhar com prioridade para essa questão” – Elisa Brietzke, médica psiquiatra. Uma psiquiatra dessas mostra que o Manicômio Brasil realmente está sob nova direção: a dos próprios internos!

“O sexo é um fato biológico” – comunicado do NHS, o serviço nacional de saúde britânico. Aguardamos ansiosamente pelo próximo boletim, que talvez nos informe que a grama é verde e o céu é azul. O nosso SUS, que é vermelho, ainda não deu seu palpite.

“Parafraseando Lula, o Estado é como uma mãe” –  Eduardo Valdés, deputado argentino. No Brasil, essa mãe tem dois filhos: um político, eterno ‘nem-nem’ que nem trabalha nem estuda, vivendo às custas dela; e o trabalhador, que ela leva todo dia para jogar bolinha no sinal.

Cantinho da picanha

“Eu vou fazer um apelo: cada pessoa que votou no Lula, tem que votar no Boulos para prefeito de São Paulo” – Lula, cometendo potencial crime eleitoral em SP. A bola agora está com o TSE.

“Não é honesto vir aqui roubar nossos engenheiros sem gastar um centavo para formá-los” — Lula. Vem aí o programa ‘Menos Engenheiros’, onde engenheiros brasileiros terão a chance de trabalhar para ditaduras amigas, em regime de semi-escravidão, no estilo do ‘Mais Médicos’.

“Eu já tô comendo picanha… quem não come picanha pode comprar uma verdura”

Lula. Para mim picanha, para vocês, abobrinha. 

“Eu queria montar um ministério com pessoas de bem. Eu fui conversar com o Walfrido, que na época me contou uma história: tinha um processo de agressão física a uma mulher, sabe.” — Lula, lembrando um caso de 2003. Impressionante a resiliência de nossas feministas, adestradas há mais de 20 anos para pular quaisquer obstáculos colocados pelo presidente, seus filhos ou ministério.

“Tô torcendo pelo Grêmio e pelo Internacional” – Lula, sobre a tragédia que atinge o sul do país. É raro um estadista possuir caráter e empatia suficientes para suavizar uma situação trágica com palavras leves. Lula não mostra nenhum interesse em ser a exceção.

Cantinho democrático

“Minha intenção, ao citar ‘excrementíssimo’ uma opinião satírica, jocosa, evidentemente sem intenção de ofensa à honra” – Felipe Neto, YouTuber e polímata. Ele pensava que seria a exceção no regime de exceção.

“Tentar o impeachment de um ministro do supremo é rasgar a constituição” — Lênio Streck, jurista. Devo dizer que concordo com o estimado jurista. Devo mesmo, porque se eu disser que é perfeitamente constitucional eu posso acabar incluído no inquérito do fim do mundo.

“Impeachment de Alexandre de Moraes já!” – inscrição na camiseta de Marina Helena, pré-candidata do NOVO à Prefeitura de São Paulo. Depois, não reclame se as inserções de rádio sumirem misteriosamente durante a campanha.

“As big techs são grandes depósitos. Se a pessoa que alugou seu depósito faz de lá um laboratório de cocaína, e você passa a ganhar 10% da venda da cocaína, você tem que ser responsabilizado” – Alexandre de Moraes. É uma comparação curiosa, mas, ao contrário dos laboratórios de cocaína reais, certas big techs atraem a atenção implacável do poder judiciário.

“Um mercado livre de ideias, não um mercado livre de mentiras, não um mercado livre de agressões, não um mercado livre de ódio, de nazismo, de fascismo” — Alexandre de Moraes. Na volta de Londres, o ministro teria feito uma escala em Moscou, onde, segundo consta, pegou algumas dicas com Putin sobre como usar nazismo e fascismo como desculpas esfarrapadas para invadir a democracia alheia.

“Ministros do STF, STJ e TSE silenciam sobre quem pagou suas despesas em evento de Londres” — manchete d’O Globo. Um dos ministros teria dito que não adianta nem tentar explicar; os manés jamais entenderão que a conta da viagem não foi paga pelo banco com processos no STF, mas sim pelos próprios manés.

“Empresas com ações no STF e STJ bancaram evento com ministros em Londres” — manchete da Folha de S. Paulo. Para uma justiça que se diz cega, a nossa anda visitando muitos cartões postais. E o banco parece acumular preciosas milhas em seu programa de fidelidade.

“O usuário que usar linguagem inapropriada, grosseira ou abusiva poderá ser bloqueado imediatamente e as mensagens poderão ser encaminhadas às autoridades competentes” – nova política das redes sociais do Exército Brasileiro. De braço forte e mão amiga para ego sensível e dedo-duro. Aliás, a quais autoridades o Exército pretende denunciar o povo?

Armazém de Secos & Molhados

“Boa noite a todes!” — Paola Cuenca, repórtere do SBT. Show de Calouros, Topa Tudo por Dinheiro ou foi só o Teleton que começou mais cedo esse ano?

“Uma imprensa hostil ao governo como eu nunca vi nos últimos tempos” – Reinaldo Azevedo, contorcionista. Às vezes estamos com a situação, outras com a oposição, mas o Reinaldo é sempre da ocasião.

“Elon Musk contra a democracia no Brasil: RSF defende fortalecimento do projeto de lei sobre regulação das plataformas” — Repórteres Sem Fronteiras. Repórteres sem vergonha de defender a censura.

“Haddad não é um economista e isso é ótimo. O Brasil vai ser um grande laboratório de experiências.” — André Trigueiro, jornalista.

“Vai, Valdo!” – grita Daniela Lima, incentivando o colega Valdo Cruz a dançar ao som de Madonna na GloboNews. Ainda bem que a língua portuguesa carece de hieróglifos, poupando-nos de tentar descrever tal cena dantesca.

“[Madonna] vai fazer um show de graça na praia de Copacabana no próximo sábado” – manchete da Folha de S. Paulo. Com a inflação como está, os R$ 20 milhões do dinheiro público gastos com a Madonna em breve valerão tão pouco que o show sairá quase de graça mesmo.

“Desemprego tem leve alta no primeiro trimestre. Mas isso pode ter um lado bom” – manchete do ValorInveste. Sou só eu, ou mais alguém tem enorme dificuldade em entender como desemprego, inflação e impostos podem ser coisas tão boas?

Cantinho da “Extrema-direita também é gente”

“Extrema direita internacional avança e tem uma arma poderosa, a internet” – Eliane Cantanhêde. Explica-se, assim, o plano do governo de derrubar Shopee, Uber e iFood.

“O fenômeno é mundial, mas aqui tem essa idiossincrasia. Eu lamento. Porque até a extrema direita no mundo come de garfo e faca às vezes” — Fernando Haddad, estagiário da fazenda. O Haddad, que nem para comer sua mortadela dispensa os talheres.

“A extrema direita está obcecada em fazer bebês” – manchete do site norte-americano Politico. Além de ser mais divertido vencer a guerra cultural desse jeito do que brigando na internet, bebês choram menos que os esquerdistas e já vemos resultados em apenas nove meses!

“Extrema direita se reúne na Hungria em articulação para eleições pelo mundo” – manchete do UOL. Navegando na internet, jantando com garfo e faca, fazendo bebês e até mochilando pela Europa. Será que me radicalizei, ou essa ‘extrema direita’ até que é bem bacana?

Memória

“Fora, Sarney” – broche ostentado pelo jovem Randolfe Rodrigues. Já mais velho, Randolfe foi visto beijando a mão de Sarney essa semana. O tom muda, mas o falsete é eterno.

Ari Fusevick, convidado para escrever os comentários das Frases desta semana, é brasileiro não-praticante, escreve sobre filosofia, economia e política, na margem entre o inconcebível e o indesejável. Colabora com a Gazeta do Povo, Newsmax e New York Post. Autor da newsletter “Livre Arbítrio” e do livro “Primavera Brasileira“.

Conteúdo editado por:Jones Rossi

noticia por : Gazeta do Povo

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