Segundo Melo, hospitais de Canoas já estão sem oxigênio. “Canoas, minha cidade vizinha, perdeu seis pessoas ontem em um hospital porque o oxigênio acabou e não tinha oxigênio. Ontem, eu consegui um helicóptero aqui com o Exército brasileiro e, hoje, mandei buscar oxigênio para Porto Alegre, senão faltaria aqui também”, ressaltou.
O prefeito disse ainda que a rede hospitalar da capital gaúcha “está sobrevivendo”. Segundo Melo, até o momento, Porto Alegre não registrou óbitos decorrentes da falta de insumos nos hospitais, mas alertou: “Esse oxigênio que buscamos se dá só até domingo. Eu tenho que ter oxigênio a partir de segunda-feira, senão vai faltar porque atendemos pacientes em Porto Alegre, mas são pacientes de todo o Rio Grande do Sul que buscam atendimento na capital”.
A dificuldade de acesso à capital, por terra e ar, é o principal empecilho para a chegada do oxigênio e outros insumos básicos de saúde à região, de acordo com Melo. “Tem regiões da cidade, como alguns bairros da Zona Norte, especialmente nas ilhas que compõem o Delta do Jacuí, onde já não entra nenhum tipo de automóvel, nem o caminhão do Exército entra mais, o resgate é por barco, é por bote. Somente hoje deu teto para estacionar algumas aeronaves, pois não havia teto para decolar, para descer, para subir, então é um drama (…)”.
Reabertura de aeroportos é essencial, disse o prefeito. “O fechamento do aeroporto é um problemão para nós e eu espero que ele seja reaberto porque, com isso, você vai poder ter uma ajuda humanitária muito maior para a nossa gente no Rio Grande do Sul”, completou o prefeito.
Os caminhos de Porto Alegre estão interrompidos, então depende da questão aérea. Volta a chover aqui em Porto Alegre no domingo, então, sim, nós corremos risco, mas faremos todo o esforço, especialmente com a abertura do aeroporto para que a gente possa salvar vidas.
Sebastião Melo, prefeito de Porto Alegre
noticia por : UOL