POLÍCIA

DHPP: Policial civil estava a 12 metros de idoso quando o matou a tiros em Cuiabá

DAFFINY DELGADO

DO REPÓRTERMT

O delegado Marlon Luz, da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) contou em entrevista ao RepórterMT neste domingo (04) que o investigador da Polícia Civil Jeovanio Vidal Griebel – atualmente afastado do cargo -, estava a 12 metros de distância do pecuarista João Antônio Pinto, de 87 anos, quando o matou a tiros durante uma abordagem no mês de fevereiro, na região do Contorno Leste, em Cuiabá.

Segundo o delegado, a informação consta em um dos laudos elaborados pela Perícia Oficial Técnica.

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“Sim! O disparo de arma de fogo, efetuado pelo policial, que atingiu o idoso, partiu de aproximadamente 12 metros, sim”, revelou delegado.

De acordo as investigações, policiais civis foram até a propriedade para intimar o idoso em decorrência de vários boletins registrados contra ele. Ao se aproximar da casa, João Antônio teria sacado uma arma de fogo e atirado contra a equipe.

Leia mais: Discussão sobre cerca resultou em morte de idoso; família cobra punição de policiais

Jeovanio Vidal alega ter apenas reagido e atirado contra o idoso que caiu. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu ainda no local. Entretanto, a família do idoso contesta a versão.

Segundo a advogada da família, Gabriela Zaque, o idoso chegou em sua residência e flagrou dois homens instalando uma cerca. A área em questão havia sido invadida em fevereiro do ano passado e a família vinha buscando uma decisão judicial para reintegração de posse.

Além das investigações que vem sendo realizadas na DHPP, a Corregedoria da Polícia Civil instaurou um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra o investigador.

Omissão de informação

Esta semana, surgiu a informação de que o policial civil teria omitido informações do boletim de ocorrência elaborado por ele, após a morte do idoso. Conforme apurado, Jeovanio é cunhado de Elmar Soares Inacio, apontado como um suposto grileiro que teria invadido uma área próxima à propriedade do idoso e tido algumas discussões com o pecuarista, devido a uma cerca que foi erguida na propriedade de João Pinto.

Jeovanio, valendo-se do cargo, no dia da morte, por volta das 16h51, omitiu fatos relevantes como: dados de Elmar, que denunciou a suposta ameaça, e que Elmar tinha lhe mandado uma foto com a placa da caminhonete da vítima.

Além disso, ele também teria omitido a informação de que tinha conhecimento que a área era de conflito agrário, e portanto, de alto risco.

Questionado, o delegado explicou que tais informações ainda estão sendo levantadas.

“O fato dele ter ou não editado este boletim será confirmado no final das investigações. Mas tudo isso é apurado circunstancialmente também por nós”, explicou.

100 dias para conclusão do inquérito

Marlon Luz que é responsável pelo inquérito na DHPP, adiantou que ainda aguarda a liberação de alguns laudos e diligências para concluir as investigações.

“Pelo prazo legal, temos ainda em torno de 100 dias para a conclusão. Vai depender muito das respostas de algumas diligências que fizemos e da disponibilização de outros laudos pendentes”, concluiu.

FONTE : ReporterMT

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