Hamas não responde contraproposta de trégua feita por Israel
REUTERS/Hatem Khaled
O Hamas não respondeu ainda, oficialmente, o que rejeita no último acordo egípcio-israelense-estadunidense, cujo prazo foi encerrado na última segunda-feira. Se o aceitasse, já o teria respondido. Israel vai esperar mais uma semana.
Pelos porta-vozes do Hamas no Líbano e no Catar, sabe-se que o líder Yahya Sinwar quer o fim da guerra garantido no acordo, enquanto o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu diz que nada o fará desistir de um ataque a Rafah, o último bastião de Gaza ainda não conquistado por Israel, defendido por quatro batalhões dos 24 que existiam antes do início da guerra.
O Hamas só lucra não tendo pressa. A causa palestina ganhou os universitários americanos, canadenses e franceses. O sofrimento dos palestinos impactou o mundo. As famílias dos reféns em Gaza pressionam o governo israelense a fechar qualquer acordo para trazê-los de volta. E os Estados Unidos estão contra uma ofensiva em Rafah, que vai expor milhares de palestinos civis indefesos a bombardeios aéreos e à artilharia.
O Wall Street Journal antecipou: “Espera-se que Sinwar rejeite qualquer acordo que não inclua um caminho credível para acabar com a guerra”.
O Canal 12, de Israel, divulgou três exigências específicas do Hamas: 1) “mudar completamente” a cláusula que prevê “calma sustentável” por “uma obrigação por escrito para o fim incondicional dos combates”. 2) Retirar de Israel o direito de impedir a entrada de prisioneiros palestinos libertados na Cisjordânia, enviando-os para Gaza ou exterior. 3) Ser informado sobre os materiais que não serão permitidos para a reconstrução de Gaza — aqui, talvez, já planejando a reabertura dos túneis destruídos por Israel.
O governo americano considerou a última proposta “generosa” por atender a grande parte das exigências do Hamas em rodadas anteriores de negociação. E está culpando o Hamas de “ser a única barreira para um cessar-fogo”. Se o acordo for aceito, Israel o aprovará oficialmente? Não está claro, porque os ministros da extrema direita que são parte da coalizão ameaçam abandonar o governo, provocando a sua queda. Para eles, um acordo será “a rendição ao terror”.
210 dias de guerra. Pelos cálculos israelenses, restam 129 reféns em Gaza, depois de libertados 105 em novembro, outros 4 antes, por questões humanitárias, e 3 que foram resgatados. Os mortos palestinos estão perto de 35 mil, incluindo 13 mil que Israel diz ter abatido. Em Gaza, 370 mil casas foram destruídas. Na quinta-feira, os Estados Unidos derrubaram três mísseis disparados pelos Houtis, no Iêmen, e o grupo Resistência Islâmica, do Iraque, divulgou um vídeo com um ataque de dois mísseis cruzeiros contra alvos israelenses, inclusive Tel Aviv. Não se sabe se chegaram. Não houve visível destruição em Israel e o porta-voz militar nada informou ou comentou.
(Jornais israelenses em inglês desta sexta-feira)
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noticia por : UOL