Cruzar a Europa em sete dias sem dinheiro, cartão de crédito nem celular e tendo como única moeda de troca algumas latinhas de energético. Essa é a aventura que espera os três paranaenses Flávio Akira Tsukamoto, 24, Mariana Marins, 22, e Paulo Medeiros, 24, selecionados entre mais de 2.000 equipes do país para disputar o desafio “Red Bull Can You Make It?” entre 21 e 28 de maio próximo.
Eles terão de chegar a Berlim, na Alemanha, saindo de um dos cinco pontos de partida —Amsterdam, Barcelona, Budapeste, Copenhague ou Milão—, passando por pelo menos cinco check points e três países, em itinerário que eles mesmos criarão e poderão fazer a pé, de carona, ou como der.
“Quando a Mariana mandou o post da Red Bull no Instagram, sério, foi como uma explosão de adrenalina”, lembra Tsukamoto. “É uma chamada direta para a aventura, para poder viver experiências únicas e poder contar para nossos netos ‘olha só como o vovô aproveitava a vida”, acrescenta.
“Quando era mais novo, li o livro On the road [de Jack Kerouak], e a partir daí sempre tive o sonho de viajar de carona com pouco dinheiro”, afirma Medeiros. Para ele, o maior desafio deve ser “satisfazer as necessidades mais básicas da biologia, pois como nem sempre será possível conseguir comida e sono de qualidade, lidar com a cabeça nessas horas vai ser interessante”.
Já para Marins, a expectativa é de conseguir equilibrar “a parte emocional de lidar com o cansaço e a frustração de alguns obstáculos”. “Estamos indo preparados para dormir em sair de nossa zona de conforto”, explica
A experiência de quem já participou
Quem já completou o desafio, em 2018, e tem algumas dicas para ajudar os paranaenses foram os mineiros João Couto, Lucas Guerra e José Neto, que voltaram com um honroso quinto lugar entre 280 times de 64 países.
“A ideia é você ir conversando com as pessoas e oferecendo latinhas de Red Bull em troca de comida, hospedagem, locomoção”, aconselha José Neto. “Ter uma grande marca por trás ajuda, mas você tem que ter uma energia boa para encarar e convencer as pessoas a te ajudarem, porque a ‘moeda’ em si, as latinhas, nem vão ser aceitas pelo valor, mas como uma gentileza, elas não vão cobrir o preço real daquilo que está sendo pedido”, explica.
Além de se deslocar, alimentar e acomodar, as equipes que concorrem precisam realizar vários desafios em cidades-chave do percurso. Esses desafios tanto podem ser cavar uma carona em um salto de paraquedas, convencer o corpo de bombeiros local a deixá-los dar uma voltinha no caminhão vermelho, ou entrevistar o prefeito local (sem ajuda da assessoria da Red Bull, por óbvio) de alguma cidadezinha do percurso.
Claro que nem sempre a “moeda” funciona como esperado e as equipes precisam se virar para enfrentar a jornada. “A maior dificuldade nem foi o deslocamento de um lugar para outro, isso todas as equipes conseguiram de um jeito ou de outro”, lembra João Couto, “foi principalmente em lugares mais ricos e afastados, na Alemanha, com os locais que não entendiam muito bem a proposta do desafio e aí viam a gente como mendigo”. Em mais de uma noite, o jeito foi estender o saco de dormir em alguma estação de metrô ou trem.
“O negócio é não perder o foco”, acrescenta. “Você tem que estar aberto ao novo, à aventura”, ressalta.
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noticia por : UOL