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Réu no Brasil, líder garimpeiro leva negócio à Guiana e mira eleição em RR

O empresário é pré-candidato a vereador pelo União Brasil em Boa Vista. Apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ele disputou uma vaga de deputado federal pelo PL em 2022, teve 9.095 votos e não foi eleito — neste ano ele deixou o partido e vem ampliando sua atividade nas redes sociais nos últimos meses.

Cataratas responde a cinco denúncias do MPF (Ministério Público Federal). Além de ser réu por mineração ilegal e crimes associados, como organização criminosa e lavagem de dinheiro, ele é suspeito de ataques às sedes do Ibama e da PF em setembro de 2021. O grupo investigado ateou fogo em uma viatura do Ibama e tentou incendiar outro carro do órgão que estava na PF, mas não conseguiu.

Os crimes apontados pelo MPF teriam sido cometidos entre o final de 2018 e 2022. Esse período, que coincidiu com o governo Bolsonaro, foi marcado pelo aumento do garimpo na área yanomami: o desmatamento causado pela atividade na terra indígena quadruplicou entre outubro de 2018 e dezembro de 2022.

O UOL não conseguiu confirmar se o garimpo aberto na Guiana é legalizado. A legalidade é afirmada em vídeos por Cataratas e por Jailson Mesquita, coordenador político do movimento Garimpo é Legal, que visitou o local em março. O governo da Guiana, contudo, não respondeu aos questionamentos da reportagem sobre o negócio.

Cataratas anunciou um “recomeço” na Guiana pouco mais de duas semanas após virar réu pela 5ª vez em sete meses. De fevereiro a setembro de 2023, a Justiça Federal de Roraima acatou denúncias contra o empresário por mineração ilegal e crimes associados. No início de outubro, ele publicou a foto de um retrovisor de carro, na estrada, seguido por pelo menos três caminhões, com a mensagem “rompendo fronteiras”.

Procurado pelo UOL, Cataratas não quis se manifestar. Na última quinta-feira (4), porém, ele publicou um vídeo no Instagram e no Facebook se dizendo alvo de “perseguição” pela reportagem. “Ele [o repórter] querendo saber da minha atividade na Guiana inglesa. Vocês têm ideia do sistema que é contra um cidadão? Vocês mensuram essa perseguição?”, disse o empresário.

noticia por : UOL

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