Duas pessoas foram detidas neste sábado (30) pelo suposto envolvimento na morte de cinco turistas em uma praia do sudoeste do Equador. Os criminosos aparentemente confundiram os viajantes com membros de uma quadrilha rival.
Seis adultos e cinco crianças equatorianos, que haviam chegado ao balneário de Ayampe na tarde de quinta-feira (29), foram sequestrados no dia seguinte quando cerca de 20 pessoas armadas invadiram o hotel em que estavam.
Os adultos foram submetidos a interrogatórios e, mais tarde, seus corpos foram encontrados com ferimentos a bala em uma rodovia próxima, de acordo com o comandante local da Polícia, Richard Vaca.
Segundo o comandante, os turistas não tinham aparentemente vínculos com organizações criminosas, mas os agressores “teriam confundido os indivíduos com seus adversários (…) na disputa pelo micro-tráfico na região”.
Durante as operações de captura, foram apreendidos fuzis automáticos, pistolas, explosivos e munições.
O presidente Daniel Noboa expressou “solidariedade com as famílias” das vítimas em uma postagem neste sábado na plataforma X.
Também neste sábado, autoridades equatorianas afirmaram ter capturado um líder da facção Los Lobos, acusada de envolvimento no assassinato do candidato à Presidência Fernando Villavicencio em agosto do ano passado. Villavicencio ficou conhecido por denunciar casos de corrupção enquanto era jornalista investigativo e deputado.
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O Equador mantém estado de emergência declarado há 90 dias para tentar conter 22 facções, incluindo a Los Lobos, que são consideradas grupos terroristas.
Com mais de 8.000 membros no sistema carcerário equatoriano, o grupo Los Lobos nasceu de uma cisão dos Choneros e se tornou a segunda maior facção do país, segundo a Insight Crime, think tank especializada em crime organizado. O grupo tem associações na Colômbia e no México e avança também na mineração ilegal. Dois líderes de Los Lobos já estão presos.
Durante a captura de um homem conhecido pelo pseudônimo de Vicente, as autoridades disseram que dois supostos criminosos ficaram feridos. Soldados também fizeram 12 prisões e confiscaram diferentes tipos de armas, munições e explosivos.
O Equador, no passado um dos países mais pacíficos da América Latina, está sob o domínio de facções criminosas, que disputam violentamente as rotas do narcotráfico. A taxa de homicídios passou de 6 por 100 mil habitantes em 2018 para o recorde de 43 por 100 mil em 2023.
noticia por : UOL