VARIEDADES

Frases da Semana: “O comunismo não existe no nosso país”

“Eu e o Sarkozy vamos viajar para o Rio de Janeiro ainda
hoje à noite” – Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República,
trocando o nome do presidente da França, Emmanuel Macron, com quem ele fez um “álbum
de casamento” (confira no final da coluna). Será que Macron ficou com ciúmes?

“Os ricos poluem e os pobres pagam a conta” – Geraldo
Alckmin
, vice-presidente da República. Em 2022, ele declarou à Justiça
eleitoral um patrimônio de R$ 1 milhão. Geraldo, pare de poluir.

“Maduro e Putin são conservadores como Bolsonaro, Lula é
democrata” – Tales Faria, colunista do UOL. O ciclo está completo. O
próximo a “virar conservador” na boca de comentarista político torcedor será
Daniel Ortega ou Xi Jinping?

“Sabe aquelas figurinhas perfeitas pra usar sempre que você precisa defender a Constituição, exigir seus direitos ou combater fake news no WhatsApp? Baixe agora” – Supremo Tribunal Federal, em sua conta oficial nas redes sociais. Confira abaixo as figurinhas que ele se esqueceu de incluir no pacote.

Figurinhas sugeridas para o pacote de WhatsApp do STF. Crédito: Eli Vieira com Dall-E
Figurinhas sugeridas para o pacote de WhatsApp do STF. Crédito: Eli Vieira com Dall-E

“Que parte dessa receita seja investida na transição
energética, tema que o Brasil deve ter um papel de liderança. Esse é o momento,
hora e vez de o Brasil assumir uma liderança global ambiental” – Luís
Roberto Barroso
, presidente do STF, sobre a exploração de petróleo na foz
do Amazonas. Difícil é achar causa de esquerda com a qual ministros do STF não
concordem.

“Comunismo acabou. O presidente Lula é um sindicalista. A esquerda quer um Brasil melhor, um Brasil mais solidário, mais próspero, que pense no mais pobre. Ser de esquerda não é ser comunista. O comunismo, para mim, não existe no nosso país”

Francisco Joseli Parente Camelo, presidente do Superior Tribunal Militar. O pagador de impostos pode ficar tranquilo: os cinco partidos comunistas que vivem às suas custas não existem, segundo o tenente-brigadeiro.

“Está faltando estudar um pouco os fundamentos da economia”
Luiz Marinho, ministro do Trabalho. Para quem ele disse isso? Para o
Banco Central. De economia ele entende, tentando forçar a CLT nos trabalhadores
de aplicativos, contra a vontade deles, desde o começo do governo.

“Os comediantes estão acuados, hoje só há espaço para o
humor escatológico, e não tenho nada contra esse tipo de trabalho, e a
‘lacromédia’, de uma esquerda progressista e tuiteira, que não tem graça
nenhuma” – Fábio Porchat, humorista, em entrevista em que promoveu sua
peça de teatro “Agora é que são elas”, com elenco 100% feminino. Ele já posou
para foto se confessando um “racista em desconstrução” e recuou da defesa do
colega de profissão Léo Lins, alvo de censura. Certeza de que a “lacromédia”
não está dentro de casa?

“Está insinuando que o meu canal vaginal é largo demais?” – Manuela
Cantuária
, colunista da Folha de S. Paulo. O contexto é um conto do
tipo “comédia feminista”.  Nossa, que
engraçado.

“‘Especialista em desinformação’ é uma credencial falsa. Foi
inventada depois de 2016 para disfarçar a censura política como um ato de
ciência neutra” – Glenn Greenwald, jornalista. Ele pode dizer o mesmo a
respeito de “especialista em extrema direita”.

“Devemos adotar o mesmo princípio [dos franceses no
pós-guerra], evitando futuras imundícies de judeus, sionistas ou não” – Hariberto
de Miranda Jordão Filho
, advogado, em sessão do Instituto dos Advogados
Brasileiros (IAB) em que ele pediu a expulsão dos judeus da entidade. Ele já
estava denunciado por antissemitismo (ele vai dizer “antissionismo”, claro) à
OAB desde o ano passado. Alega que é vítima de “clara e indevida perseguição
política, ideológica, religiosa, cultural e até mesmo profissional”.

“Bebês decapitados, estupro em massa e civis queimados: as
maiores mentiras de Israel sobre o 7 de outubro” – manchete do Intercept
Brasil
, site de notícias. Parece que Hariberto e o Hamas encontraram
aliados. A refém que
diz que foi violentada
também está mentindo?

“Argentinos protestam contra os crimes da ditadura e o
negacionismo de Milei” – UOL, cada vez mais progressista. Do que o
portal está falando quando menciona “negacionismo”? Ciência, Covid, Holocausto,
evolução? Impossível saber, pois “negacionismo” virou “negar que progressista
tem razão”.

“Querem me proibir de amar meu pai” – Oruam, rapper e
filho do traficante Marcinho VP, em carta postada nas redes sociais pedindo
liberdade para o genitor. Ele também fez campanha exibindo no festival
Lollapalooza uma camiseta com o rosto do pai e a palavra “liberdade”. Marcinho
VP foi condenado por homicídio qualificado, entre outros crimes. “Meu pai
errou”, disse o rapper, cujo nome é “Mauro” ao contrário. Tem muita coisa ao
contrário, aí.

Cantinho do caso encerrado, pero no mucho

“Quem melhor representa Jacarepaguá, quem mais briga pelas
coisas de Jacarepaguá é a família Brazão. Então salva de palmas para essas
feras aqui!” – Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, lançando no ano
passado Kaio Brazão, de apenas 22 anos, como pré-candidato a vereador. O pai
dele, Domingos Brazão, foi preso acusado de ser um dos mandantes do assassinato
da vereadora Marielle Franco. As feras mordem.

“Não vou dizer nem que é inocente nem culpado” – Washington
Quaquá
, vice-presidente e deputado federal do PT pelo Rio, sobre a prisão
de Domingos Brazão e seu irmão deputado Chiquinho (ex-União/RJ, agora expulso
do partido). A cautela de ocasião do Quaquá não se aplica a outro acusado, o
ex-chefe de polícia Rivaldo Barbosa, porque neste caso ele consegue fazer
ilações e insinuações sobre suposta participação de Bolsonaro.

“Esse trabalho, que ora se encerra, pelo menos neste ponto
se encerra” – Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça, aquele que ainda
não achou os fugitivos de Mossoró.

“Quem mandou os mandates da morte de Marielle Franco
encomendarem o assassinato dela?” – Ricardo Noblat, jornalista de raciocínio
quaquaesco. Vamos ao fundo da questão: quem mandou os mandantes mandarem
mandantes mandarem mandantes mandarem matar?

Memória

“Importante vitória! Em votação, por 5×0 o STJ negou a
federalização do caso Marielle e Anderson. Os únicos que se posicionaram a
favor foram os advogados dos milicianos. Queremos respostas, queremos saber
quem mandou matar Marielle” – Manuela D’Ávila, política comunista, em maio
de 2020, participando da campanha que atrasou a resolução do crime em seis
anos, pois, diz a acusação, Rivaldo Barbosa atrapalhava no nível estadual.
Parabéns por atravancar a justiça em nome do “antibolsonarismo psicótico”.

“A família de Marielle e Marcelo Freixo têm razão. A estratégia do Bolsonaro é federalizar a investigação do crime cometido contra Marielle para ficar sob o controle do Sérgio Moro. Assim, Moro vai passar pano no assunto” – Paulo Teixeira, petista hoje ministro do Desenvolvimento Agrário, em novembro de 2019. Esperar o pior das pessoas porque pensam diferente em política é justiça?

Cantinho do aniversário de 60 anos do golpe militar

“O número de telefone do deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), curiosamente, termina em 1964, ano em que ocorreu o golpe militar no Brasil” – Isadora Teixeira, jornalista, em sua coluna no Metrópoles. Ela chegou a entrevistar Salles para que ele confirmasse que é uma coincidência. Jornalismo de qualidade exige recursos.

Imagens da semana

“Presidengue”: deputado estadual Coronel Alberto Feitosa (PL), de Pernambuco, ilustra seu trocadilho com um boneco. Reprodução/Assembleia Legislativa de Pernambuco
“Presidengue”: deputado estadual Coronel Alberto Feitosa (PL), de Pernambuco, ilustra seu trocadilho com um boneco. Reprodução/Assembleia Legislativa de Pernambuco
“Álbum de casamento” de Lula e Macron, muitas memórias de março de 2024. Ricardo Stuckert/Agência Brasil
“Álbum de casamento” de Lula e Macron, muitas memórias de março de 2024. Ricardo Stuckert/Agência Brasil

noticia por : Gazeta do Povo

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