Com apoio da Nasa, a Intuitive Machines tentará nesta quinta-feira (22) se tornar a primeira empresa privada a pousar na Lua. A alunissagem está prevista para as 19h49 (horário de Brasília).
Se a missão IM-1 cumprir seu objetivo, também será o primeiro pouso de uma sonda americana desde o fim do programa Apollo, em 1972.
O módulo modelo Nova-C, batizado de Odysseus, partiu do Centro Espacial Kennedy, da Nasa, na Flórida (EUA), na última quinta-feira (15). Nele, há instrumentos para experimentos científicos da agência americana.
O sistema de propulsão do módulo Odysseus, crucial para uma alunissagem bem-sucedida, já foi testado com sucesso no voo.
Nesta quarta-feira (21), o módulo entrar em órbita lunar, a 92 quilômetros de altura, onde permanecerá por quase 24 horas antes de sua descida final.
O processo de pouso será realizado de forma totalmente automatizada.
Ao chegar a uma altura de 30 metros, ele se posicionará verticalmente a uma velocidade de três metros por segundo, antes de frear por um metro por segundo nos últimos dez metros.
A Intuitive Machines espera conseguir confirmar o pouso cerca de 15 segundos depois que os seis pés da sonda tocarem o solo lunar.
As duas alunissagens concluídas recentemente estavam na mão de agências de governos.
A sonda Slim (sigla para Smart Lander for Investigating Moon, ou Pousador Inteligente para Investigação da Lua) pousou em 20 de janeiro na superfície lunar. A iniciativa da Jaxa (agência espacial japonesa) tornou o país asiático o quinto na história a alcançar o feito.
Pouco antes, foi vez de a Índia entrar para o pequeno grupo de nações —Estados Unidos, União Soviética (Rússia) e China— com alunissagens bem-sucedidas. A missão Chandrayaan-3, sem tripulação, desceu no polo sul lunar em 23 agosto de 2023.
Polo sul lunar
O alvo da companhia texana está localizado a aproximadamente 300 km do polo sul lunar, um ponto especial de interesse devido à água em formato de gelo, que poderia ser explorada.
Com pouco mais de quatro metros de altura, o módulo transporta seis cargas privadas (incluindo esculturas do artista contemporâneo Jeff Koons que representam as fases da Lua) e seis instrumentos científicos da Nasa.
Inclui ainda um sistema de câmeras desenvolvido pela Embry-Riddle Aeronautical University, que será ejetado 30 metros acima da superfície lunar para capturar o momento do pouso, bem como dispositivos localizados abaixo do módulo para analisar a quantidade de poeira levantada durante a descida, a fim de compará-la com as alunissagens do programa Apollo.
Outro instrumento estudará o plasma lunar (uma camada de gás carregada eletricamente) e medirá ondas de rádio procedentes do Sol e de outros planetas.
O módulo de classe Nova-C funcionará com painéis solares e previsão é que opere por sete dias a partir do momento de pouso.
Reduzir custos
O contrato firmado pela Nasa para essa missão foi de US$ 118 milhões (R$ 587 milhões).
Essa é a segunda missão do novo programa CLPS da Nasa, que contratou empresas privadas para levarem o seu material científico à Lua. O objetivo é reduzir seus custos, mas continuar desenvolvendo a economia espacial.
Uma primeira missão, liderada pela Astrobotic, fracassou a caminho do satélite. O motivo foi um vazamento de combustível.
Pelo menos mais quatro missões americanas estão previstas para este ano, incluindo mais duas da Intuitive Machines.
Segundo a Nasa, esses projetos servem de preparação para o seu objetivo de levar astronautas novamente à Lua, em 2026, por meio do programa Artemis.
noticia por : UOL