Greve geral impede saída de turistas de Machu Pichu, no Peru

Um grupo de brasileiros, com idosos e uma pessoa com deficiência, precisou caminhar mais de 10 quilômetros por uma trilha perigosa para poder sair de Machu Picchu, no Peru, por causa da greve geral realizada contra regras do governo local para visitação das ruínas.

A paralisação é em protesto contra a decisão do Ministério da Cultura de lá de contratar um intermediário privado para gerenciar a venda dos ingressos para o sítio arquelógico.

A greve fechou o comércio e fez com que a única forma de transporte que atende a região, uma linha férrea, não funcionasse.

Em entrevista à BandNews FM, o empresário César Sponchiado conta que ele e outros 16 turistas conseguiram subir para visitar as ruínas, mas, na volta, as manifestações começaram e eles não tinham como voltar a Cusco, nos andes peruanos.

“Acordamos cedo, conseguimos subir as ruínas, visitamos e, na saída, já estavam rolando os protestos e não nos deixaram passar da ponte sobre o rio. Nosso trem era às 15h e não tinha mais trem”, declarou.

Eles passaram mais uma noite no hotel na esperança de resolução do problema, só que, no dia seguinte, ainda não havia transporte disponível e a única saída foi caminhar foi caminhar pela linha do trem.

“Uma caminhada que normalmente leva 2h30 e nós levamos mais de 4h porque tínhamos idosos e uma pessoa com deficiência também. O trajeto era bastante problemático, precisando passar por trilhas íngremes, túneis escuros e por cima da linha do trem”, relatou.

Outro integrante do grupo, o Edimar Barbosa é uma pessoa com deficiência e afirmou que passou por apuros nesse caminho.

“Para você chegar onde estavam os veículos tem uma escada de uns 200 degraus. Só que os degraus têm o dobro da altura convencional. Aquele realmente foi o pior pedaço. Eu dependia de as pessoas me darem o braço, por mais que eu tivesse uma bengala. Eu inclusive caí, dei uma escorregada com um colega, mas felizmente não nos machucamos”, contou à BandNews FM.

O trajeto todo demorou 13 horas.

Depois de mais de 4 horas andando, o grupo chegou a uma hidrelétrica, onde vans cobravam para fazer o traslado até Cusco.

“Passamos por caminhos montanhosos bastante complicados, estradas bastante perigosas, algumas em obras, em construção. Tinha deslizamentos de terra, trombas d’água […] Por fim, conseguimos sair à noite, com muita neblina, estradas perigosíssimas, mas conseguimos chegar”, desabafou o empresário César Sponchiado.

Neste domingo (28), o grupo conseguiu chegar em Lima.

Parte do grupo embarcou para o Brasil e outros devem embarcar nesta segunda (29).

A BandNews FM procurou o Itamaraty para saber como está a situação de outros brasileiros que estão no Peru, mas ainda aguarda uma resposta.