A análise dos peritos Reginaldo Tirotti e Jacqueline Tirotti sobre os vídeos pornográficos do padre Júlio Lancellotti ratifica uma perícia realizada em 2020. Na época, o perito Onias Tavares de Aguiar recebeu do então deputado estadual Arthur do Val a missão de atestar a veracidade das cenas. O relatório foi concluído com 172 páginas.
Em seguida, Do Val anexou a perícia em um documento e a enviou para o Ministério Público (MP). O órgão arquivou a investigação.
Parecer Técnico Audiovisual – Padre Júlio Lancellotti [2020] by Revista Oeste on Scribd
Com a repercussão do caso, a revista piauí divulgou uma reportagem em que acusa o Movimento Brasil Livre (MBL) de ter orquestrado tanto o vídeo quanto as trocas de mensagens.
A piauí se baseou em declarações de dois ex-integrantes do MBL para sustentar a acusação, Fernando Dainese e Lucas Studart. A dupla afirmou que o adolescente assediado pelo padre era na verdade Guto Zacarias, então assessor parlamentar de Do Val na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Dainese e Studart deixaram o movimento porque não tiveram os cargos que desejavam no gabinete do vereador Robinho Nunes, na época ligado ao MBL.
Em contato com Oeste, na sexta-feira 19, Zacarias desmentiu a piauí. “Nós recebemos esses vídeos”, afirmou, ao ressaltar a veracidade da denúncia. “Em nenhum momento me passei por ninguém.”
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Zacarias, atualmente deputado estadual por São Paulo, disse a piauí quer “nos colocar como vilões da história, para limpar a imagem do único líder religioso defendido pela esquerda”.
Leia a íntegra da perícia mais recente
Na tarde deste sábado, 20, Jacqueline disponibilizou ao público a perícia dos vídeos que mostram o padre Júlio Lancellotti se masturbando para um menor de idade. A veracidade das cenas, gravadas em 26 de fevereiro de 2019, foi atestada há poucos dias.
A história veio à superfície depois de uma reportagem exclusiva de Oeste, que teve acesso à integra do documento.
Parecer Técnico Audiovisual – Padre Júlio Lancellotti [Concluído] by Revista Oeste on Scribd
No documento, Jacqueline analisa o estado de conservação dos arquivos, observa cada frame dos filmes, realiza os exames prosopográficos (técnica que identifica as características faciais e do ambiente), inspeciona os áudios e, ao fim, comprova sua integridade.
Os vídeos foram gravados pelo adolescente, que tinha 16 anos na época das conversas com Lancellotti. A cena inicial mostra uma tela de celular, com trocas de mensagens no aplicativo WhatsApp. Depois, começa a videochamada e a câmera oscila entre as partes íntimas e o rosto do padre.
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Perícias do gênero chegam a um veredito depois da verificação de distintos elementos: contorno facial, altura da calvície, inclinação do nariz, acessórios, mobílias. Tudo isso foi comparado com imagens do padre em outras situações. Por exemplo, em entrevistas a emissoras de televisão.
Ao constatarem todas as convergências e verificarem a ausência de vestígios de adulteração dos arquivos, Reginaldo e Jacqueline concluíram que Júlio Lancellotti é o homem que aparece nas imagens.
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noticia por : R7.com