VARIEDADES

Um ano da eleição de Lula III: foi melhor do que eu imaginava, foi pior do que eu imaginava

Há um ano vivíamos o Dia do Lamento. Há um ano o brasileiro elegia Lula III. E não dá nem para dizer que foi um erro. Um acidente. Porque pela terceira vez em duas décadas o Brasil achou que Lula era a melhor pessoa para administrar e ditar os rumos do país. Você tem ideia da gravidade disso? Ou não consegue nem prestar atenção porque está com raiva de mim, achando que não vou mencionar aquele óbvio proibido pelas autoridades eleitorais? Vou, sim.

Desde bem antes das eleições de 2022 digo que a legitimidade de uma eleição é subjetiva. Cabe ao poder público, ao TSE de Alexandre de Moraes, fazer todo o necessário para que a população não tenha um mísero grama de dúvida sobre o processo eleitoral. Mas eu, você e toda a porção razoavelmente sensata do país sabe que o TSE preferiu impor a legitimidade das eleições. O que é um contrassenso danado.

Dito isso, a verdade é que no ano que se passou aprendi a, digamos, aceitar a terceira eleição de Lula como um caso consumado. Fazer o quê? E, a despeito das dúvidas que pairam sobre o processo eleitoral, aprendi que não é tão improvável assim que o ex-presidiário tenha recebido mesmo o voto de 60 milhões de brasileiros que caíram na lábia do Painho. Estou resignado com isso. E vamoquevamo!

Melhor

Mas eu dizia lá no título que esse primeiro ano desde a eleição de Lula III, em alguns aspectos, está sendo melhor do que eu imaginava. E está. Menos por méritos de Lula e seu séquito de incompetentes e mais porque o que eu imaginava era horrível. E tinha dias que era pior ainda. Tinha dias, lá no finalzinho de 2022, em que imaginei que o país não aguentaria a imagem deplorável do muso dos pixulecos subindo a rampa. Mas aguentou e estamos aqui, firmes e fortes.

Economicamente, o país também está num caos menor (!) do que eu imaginava. Mas aqui preciso fazer a ressalva de que sei que os efeitos econômicos das políticas de Haddad & Tebet levam tempo. Ou seja, ainda rumamos para o desastre, mas a passos mais lentos do que eu previa. O que significa que ainda é possível, apesar de improvável, uma mudança de rota.

No mais, o que nos salvou de grandes apuros foi a já conhecida incompetência petista aliada à desconexão da realidade – as verdadeiras forças que impedem a implementação de políticas radicais por parte dos membros dos trocentos ministérios. Do contrário, o arranha-céu do nosso Estado totalitário já teria passado das fundações estabelecidas pelo STF e estaria concluindo o primeiro andar.

Pior

Por outro lado, a ausência de um presidente legítimo para além de qualquer dúvida deu ao Supremo Tribunal Federal ainda mais poder do que ele já tinha. Neste caso, a realidade é bem pior do que minha imaginação. Não que eu esperasse do STF um recuo ou uma autocrítica. Muito menos um pedido de desculpas. Esperava, porém, que os ministros considerassem Bolsonaro página virada e se concentrassem na quase impossível tarefa de restabelecer o que já foi um Estado Democrático de Direito digno do nome. Nem que fosse para limpar a própria barra. Mas que nada!

Um ano depois da eleição de Lula III, outra coisa que me chama a atenção é o clima de indignação permanente. Um fogo baixo que fica sempre aceso e não permite que a fervura baixe e que a gente siga com a vida. Há muita raiva no ar. E para isso contribuem muito as palavras de Lula, que durante a campanha falava em amor e em pacificar o Brasil, mas que depois de eleito deixou claro que, mais do que uma projeto de poder, tem é um projeto de vingança para o país que o pôs atrás das grades.

Na política externa, então, a realidade está sendo bem pior do que eu imaginava. Mas é que eu nem tive tempo de imaginar alguma coisa mais consistente nesse aspecto, porque estava ocupado demais fazendo o papel de uma ilha de otimismo num mar de pessimismo. Para onde quer que eu olhe hoje, contudo, vejo o mandatário sendo ridicularizado, mas jamais retrocedendo em seu intento de se aliar à escória do mundo.

Amigos no lugar certo

E assim vamos seguindo com a nossa caquistocracia, o governo dos piores, até 2026. Mas é claro que você tem mais a dizer sobre este primeiro ano desde que Barroso & Cia. confessaram que derrotaram o bolsonarismo. Ou desde que Lula III só foi eleito por causa da atuação do STF – como confessou recentemente Gilmar Mendes.

Enfim, desde o dia em que aprendemos que, se você tiver os amigos no lugar certo (15° 48′ 08″ S 47° 51′ 43″ O), pode até passar 580  dias na cadeia. Mas logo estará por cima da carne seca novamente, viajando pelo mundo à custa do contribuinte, fazendo qualquer negócio para agradar quem manda de verdade no país, o Centrão. E, nas horas vagas, falando abobrinha na esperança de ganhar o Nobel da Paz.

noticia por : Gazeta do Povo

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