Conexão Poder
Tenente-coronel Alexandre Mendes determinou abertura de um novo procedimento, junto à Corregedoria-Geral, para uma nova investigação.
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Tenente-coronel Alexandre Mendes determinou abertura de um novo procedimento, junto à Corregedoria-Geral, para uma nova investigação.
JOÃO AGUIAR
DO REPÓRTER MT
O comandante-geral da Polícia Militar, tenente-coronel Alexandre Mendes, afirmou desconhecer a ata da reunião que ocorreu no dia 13 de outubro de 2022, na qual o 3º sargento Gabriel Castela disse que “teve vontade de matar” o 2º sargento Willian Ferreira.
Gabriel Castella matou Willian Ferreira no dia 21 de outubro deste ano, com pelo menos seis disparos, enquanto estavam dentro do quartel da PM, em São José do Rio Claro (295 km de Cuiabá). No outro dia, Gabriel tirou a própria vida diante dos colegas, também no Batalhão.
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O coronel Mendes afirmou que teve conhecimento da ata após ela ser amplamente divulgada pela imprensa, nessa segunda-feira (30). “Tal documento, até o presente não reportado ao Alto Comando da PMMT, fora imediatamente encaminhado para a Corregedoria-Geral a fim de subsidiar abertura de novo procedimento”, afirmou.
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“Colocamo-nos, enquanto Comandante-Geral, à inteira disposição dos familiares e imprensa para todo esclarecimento suscitado, pois não coadunamos em nenhuma hipótese com qualquer tipo de ilegalidade”, concluiu Mendes.
O documento ao qual o RepórterMT teve acesso revelou que o tenente-coronel Cristyano convocou a reunião para resolver a desavença entre os dois. Durante a conversa, os dois militares disseram que os atritos eram por conta do comportamento de ambos.
Gabriel teria dito que Willian queria “comandar o quartel” e não concordava com o tratamento que ele tinha com os subordinados. Antes disso, os dois já tinham se desentendido por conta da cautela na guarda de um fuzil.
“Gabriel adicionou que, de fato, criou uma mágoa em relação a Willian, e que, no dia da desavença do fuzil, teve vontade de matar Willian e, inclusive, teve vontade de se matar. Adicionou que ficou 50 dias digerindo a situação, necessitando de atendimento psiquiátrico e medicação, vez que ficou muito nervoso”, consta no documento.
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Em seguida, Gabriel relatou que se arrependia do que tinha falado, pois estava em surto nervoso, que resultou na necessidade de atendimento médico especializado. O tenente Cristyano reconheceu o estado mental do militar e recebeu o atestado médico do policial.
Ainda na reunião, Willian negou que tratasse mal os militares de patente inferior. “Willian disse que trata o subordinado com urbanidade, mas que é militar antigo e que se comporta em seu trato com os demais militares da maneira como aprendeu”, diz outro trecho.
Gabriel terminou, justificando que seu mau relacionamento com Willian se devia muito a comentários maldosos ou brincadeiras que são feitas pela tropa.
A reunião foi encerrada, pois, segundo o documento, os dois deram por encerrados os assuntos e continuaram trabalhando juntos.
O comandante do quartel, tenente-coronel Cristyano Cássio Gonçalves de Vasconcelos, o 1º tenente Mateus Leandro Ferreira Nunes, a vítima, 2º sargento Willian Ferreira e o acusado 3º sargento Gabriel Castella Cardoso assinaram a ata da reunião.
O caso
A informação é que o desentendimento entre os dois policiais começou após uma troca de turno. Willian Ferreira, supostamente, teria chegado ao batalhão embriagado e atrasado para assumir o plantão.
Revoltado com a situação, o sargento plantonista, Gabriel Castella, teria questionado o militar, dando início a uma discussão.
Durante o desentendimento, Gabriel acabou atirando no colega, que não resistiu. Então, Castella recebeu voz de prisão em flagrante.
Gabriel ficou detido no quartel. No outro dia, ele saiu, foi até o seu veículo, onde pegou sua arma, deu tchau aos policiais que estavam próximos e atirou nele próprio.
O comandante Cristyano Cássio Gonçalves de Vasconcelos foi exonerado do cargo pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).
FONTE : ReporterMT