Polícia Militar aplica sanções disciplinares após caso de assassinato injustificado de adolescente
No caso do soldado Luiz Antônio de Oliveira Jucá, a punição de 10 dias de permanência disciplinar foi imposta, de acordo com a Controladoria-Geral da Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD). O soldado não efetuou disparos contra a vítima, mas foi implicado em uma tentativa de fraude processual em conluio com um sargento.
Soldado João Paulo de Assis Silva tem processo disciplinar arquivado por insuficiência de provas
No que diz respeito ao soldado João Paulo de Assis Silva, o processo disciplinar foi arquivado devido à falta de provas suficientes para justificar qualquer sanção disciplinar, em particular relacionada à suposta fraude processual. No entanto, a CGD deixa aberta a possibilidade de reavaliação caso novas evidências venham à tona.
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Detalhes do trágico assassinato de Mizael e tentativa de fraude no local do crime
Mizael foi morto enquanto dormia na casa de sua tia em Chorozinho, Região Metropolitana de Fortaleza, quando a polícia invadiu a residência alegando estar à procura de um traficante e disparou contra o adolescente. A Controladoria afirma que o 1º Sargento PM Barros, após ferir e matar o adolescente, juntamente com o Soldado PM Jucá, tentou alterar artificialmente a cena do crime para evitar responsabilização pela ação desastrosa.
Responsabilidade dos militares na intervenção
O sargento alegou que estava tentando capturar um criminoso supostamente escondido na residência. No entanto, a Controladoria considera essa atitude injustificável, dado que os agentes de segurança pública devem ser treinados para preservar vidas, não tirá-las.
Denúncias do Ministério Público do Ceará (MPCE) e detalhes adicionais
Em 2022, o MPCE denunciou os três policiais militares por seu envolvimento no crime, com o sargento sendo acusado diretamente pelo homicídio. Segundo o MP, o PM teria efetuado um disparo de arma de fogo contra o adolescente. Luiz Antônio e João Paulo, juntamente com Enemias, impediram que a família da vítima entrasse na casa e posteriormente levaram Mizael para o hospital, onde ele chegou já sem vida.
Os três PMs também se dirigiram à delegacia para apresentar a arma que alegaram estar em posse da vítima. No entanto, a perícia não encontrou traços genéticos do adolescente na arma apresentada pelos policiais.
Alegações de interferência na cena do crime e motivações suspeitas
Os promotores alegam que os três policiais militares interferiram na cena do crime, possivelmente para dificultar a investigação. A reportagem apurou que o alvo original dos policiais naquela madrugada era outra pessoa, com características físicas semelhantes às do adolescente. Suspeita-se que, caso essa pessoa fosse morta e entregue aos traficantes, os assassinos poderiam ser recompensados com até R$ 50 mil. O alvo original afirmou às autoridades que não tinha envolvimento com Mizael e sequer o conhecia.
Desenvolvimentos futuros do caso
O processo disciplinar envolvendo os três policiais ainda está em andamento na esfera administrativa, e o conteúdo do processo permanece em sigilo. As investigações sobre o caso continuam, à medida que mais informações são coletadas e avaliadas.
noticia por : R7.com