A apresentadora Marília Gabriela, de 75 anos, relatou em seu Instagram que teve de adiar uma viagem a Londres devido a complicações de um prolapso genital. “Eu não conhecia e, para quem de vocês ainda não sabe, trata-se da perda de sustentação dos órgãos. No meu caso, órgãos uterinos e, em dois dias, eu já estava na mesa de um centro cirúrgico”, afirmou, na publicação.
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De acordo com o urologista Alex Meller, membro da Escola Paulista de Medicina da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), o prolapso genital é uma condição do sexo feminino, em que ocorre um deslocamento dos órgãos genitais — bexiga, útero e reto.
“Toda essa região da pelve feminina possui um sistema de sustentação, como ligamentos, músculos [assoalho pélvico] e alguns espessamentos, que ajudam na composição. Por se tratar de uma região muito estreita, qualquer mudança no posicionamento de um dos órgãos altera o funcionamento do outro”, explica.
Com essa queda dos órgãos pelo canal vaginal, forma-se uma “bola” na região, como se fosse parir, que reverte os tecidos na entrada da vulva e ocorre a queda da parede anterior ou posterior da vagina, complementa o ginecologista Alexandre Pupo, médico associado à Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).
Pupo esclarece que, quando a bexiga e a parede anterior da vagina começam a descer, recebem o nome de cistocele (conhecido como bexiga caída). Quando ocorre com a parede posterior e o reto, o nome é retocele. Casos em que o fundo vaginal se solta junto ao reto, o nome dado é enterocele e, quando o útero se solta em direção à entrada da vulva, o nome dado é prolapso uterino.
Os sintomas podem incluir desconfortos locais e mau funcionamento dos órgãos envolvidos, como constipação e incontinência urinária.
As causas incluem envelhecimento, fraqueza muscular, sedentarismo, alterações hormonais — ocorrendo, principalmente, na menopausa —, após alguns tipos de cirurgias locais, trabalhos de parto prolongados, bebês de grande peso, uso de fórceps no parto, pacientes com alterações de colágeno e pacientes obesas com pressão abdominal maior.
Os especialistas alegam que o diagnóstico é, majoritariamente, clínico e pode ter a confirmação auxiliada com o exame de ultrassom pélvico.
Pupo afirma que o diagnóstico é mais comum após a menopausa, pois os órgãos e os músculos da região se fortalecem com a presença do estrogênio e, com a ausência do hormônio, tais estruturas se atrofiam.
Os tratamentos envolvem fisioterapia para o fortalecimento pélvico, uso de terapias hormonais, emagrecimento, controle de doenças crônicas e, se necessário, cirurgia corretiva para a sustentação.
FONTE : R7.com