Reconhecendo as discordâncias do mercado sobre a Presidência da Venezuela, sob a administração de Nicolás Maduro, Prates argumentou que é necessário deixar essas críticas de lado, uma vez que Caracas é um país vizinho do Brasil e tem muita capacidade de produção de petróleo.
Como exemplo de possibilidade para parceria entre Brasília e Caracas, Prates sugeriu o resgate do lago de Maracaibo, localizado a noroeste da Venezuela, foco de produção petroleira por décadas, com uma grande capacidade de produção, mas atualmente dominado pela poluição, derramamento de petróleo, despejo de águas residuais e lixo.
“Esse país, humanitariamente, nas pautas de descarbonização e operações mais responsáveis, clama por ajuda imediata. A Chevron, empresa norte-americana, está na Venezuela extraindo petróleo, e nós estamos de bobeira por questões políticas”, instou o presidente.
Já em relação Cuba, apesar da ilha não produzir petróleo, Prates reconhece uma potencial parceria com o país caribenho, com oportunidades no ramo das energias renováveis. “Havana tem uma carência enorme de produtos derivados e é um país importante no mercado caribenho”, avaliou o representante, afirmando que a Petrobras “é bem vista” nesta região.
Como planos e potenciais parcerias, Prates também mencionou as estatais petroleiras da Noruega e da Malásia, Equinor e Petronas, respectivamente. O presidente da Petrobras também revelou que receberá o secretário-geral da Opep, Haitan Al Ghais, mas sem ainda data definida para a reunião.
Comunicação após isolamento de Bolsonaro
O presidente da Petrobras revelou também, durante coletiva de imprensa nesta segunda, o plano de comunicação que a empresa tem para com os veículos de mídia independentes e progressistas do Brasil.
A decisão vem após a nova gestão reconhecer o “isolamento” que a Petrobras viveu no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022), sem nenhum contato com o cidadão ou consumidor final, além das tentativas de venda que a empresa sofreu.
Apesar de não apresentar detalhes do canal de comunicação com os veículos de imprensa, Prates reconheceu a necessidade de “entender a rotina e o trabalho” dessas redações, ressaltando a importância de suas intermediações para que os assuntos técnicos da Petrobras sejam informados para a população.
Segundo o representante, outro objetivo deste plano é gerar reconhecimento sobre a empresa nas novas gerações, que relacionam a Petrobras apenas ao combustível e à gasolina, mas não como uma grande empresa que direciona o Brasil.
noticia por : UOL