VARIEDADES

Atossegundos: trio de físicos ganha Nobel por pulsos de luz em escala curtíssima de tempo

Nobel física 2023
Anne L’Huillier, Pierre Agostini e Ferenc Krausz. Laureados do Nobel de física 2023 atingiram escalas curtíssimas de tempo sem precedentes em pulsos de luz.| Foto: EFE/ Luis Tejido; Ohio State University

A Real Academia Sueca de Ciências anunciou nesta terça-feira (3) que os laureados do Nobel de física este ano são um trio que trabalhou na produção de pulsos de luz tão rápidos que são medidos em atossegundos. Assim como o prefixo “nano” em nanossegundo indica que esta é uma parte de um segundo dividido um bilhão de vezes, o “ato” em atossegundo indica uma parte de um segundo dividido um quintilhão de vezes (1 seguido de 18 zeros). Há mais atossegundos em um segundo do que segundos em toda a idade do Universo. Portanto, um único batimento cardíaco observado com ampliação dessa escala pareceria durar uma eternidade.

Os laureados são a física francesa Anne L’Huillier, que
trabalha na Universidade Lund, na Suécia; Pierre Agostini, físico experimental
francês que trabalha na Universidade Estadual de Ohio, EUA; e o físico húngaro-austríaco
Ferenc Krausz, no Instituto Max Planck de Óptica Quântica, Alemanha. Krausz é o
mais jovem, aos 61 anos, L’Huillier tem 65 anos, e Agostini é o mais velho, aos
82.

O prêmio reconhece 36 anos de trabalho que começaram com
Anne L’Huillier, que descobriu um comportamento interessante de raios laser
infravermelhos quando passados por gases nobres. Os ciclos de pulsos do laser
poderiam ser quebrados em outros ciclos com esse método. As diferentes
frequências saíam “misturadas”, então o próximo passo era reforçar algumas e
cancelar outras.

No começo do milênio, Pierre Agostini conseguiu isolar
pulsos de luz em que a duração de cada pulso era de 250 atossegundos. Concomitantemente,
Ferenc Krausz, com experimentos completamente diferentes, chegou a pulsos com
duração de 650 atossegundos.

Nessa minúscula escala de tempo, graças aos três cientistas
hoje é possível individualizar fenômenos extremamente efêmeros antes
impossíveis de se observar. Agora a física dos atossegundos permitirá algo como
a câmera mais lenta do Universo para observar o que fazem os elétrons. As
aplicações vão do entendimento de materiais aos diagnósticos médicos. Krausz,
por exemplo, já está interessado em usar os pulsos de luz para observar células
do sangue e detectar estágios prematuros do câncer de pulmão.

Nas redes sociais, as contas do prêmio Nobel mostram que a professora L’Huillier estava em um intervalo de aula quando soube da notícia por telefone. Depois da ligação, ela voltou para a sala de aula e continuou a lecionar.

noticia por : Gazeta do Povo

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