SAÚDE

Genética pode estar por trás da facilidade que algumas pessoas têm para serem vegetarianas


Cientistas descobriram que a composição genética de uma pessoa desempenha um papel importante na determinação de sua capacidade de aderir a uma dieta vegetariana estrita. Eles identificaram três genes significativamente associados ao vegetarianismo e outros 31 genes potencialmente associados a essa preferência dietética.


O artigo, publicado nesta quarta-feira (4) na revista científica Plos One, é o primeiro totalmente revisado por pares e indexado a analisar a associação entre genética e vegetarianismo estrito.



No estudo, os pesquisadores compararam dados genéticos de indivíduos estritos vegetarianos (que não consumiam peixe, aves ou carne vermelha) com um grupo de controle.


Foram coletados dados genéticos de participantes do UK Biobank, um banco de dados de saúde do Reino Unido. Ao todo, 5.324 indivíduos se autodeclararam como vegetarianos estritos. Para o grupo de controle, foram selecionadas 329.455 pessoas que não eram vegetarianas.


Para evitar possíveis confusões devido à etnia, todos os participantes do estudo eram brancos caucasianos, garantindo uma amostra homogênea em termos de etnia.



Vários dos genes identificados estavam envolvidos no metabolismo de lipídios (gorduras) e/ou na função cerebral, o que levou os pesquisadores a especular sobre a possível importância desses genes na preferência dietética e na capacidade de aderir a uma dieta vegetariana estrita.


“Uma área na qual os produtos vegetais diferem da carne são os lipídios complexos. […] Minha especulação é que pode haver componente(s) lipídico(s) presentes na carne que algumas pessoas precisam. E talvez as pessoas cuja genética favorece o vegetarianismo consigam sintetizar esses componentes endogenamente [fabricá-los no próprio organismo]. No entanto, neste momento, isso é mera especulação, e muito mais trabalho precisa ser feito para entender a fisiologia do vegetarianismo”, afirmou um dos autores do estudo, Nabeel Yaseen, professor emérito de patologia na Northwestern University Feinberg School of Medicine.


Os dados genéticos foram submetidos a análises estatísticas para determinar a significância das associações encontradas entre os genes e o vegetarianismo estrito.


É importante observar que o estudo não identificou uma única causa definitiva, mas sim associações genéticas que requerem investigações adicionais para compreender melhor a relação entre genética e preferência dietética.


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FONTE : R7.com

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