O presidente da CPMI do 8 de Janeiro, deputado federal Arthur Maia (União Brasil-BA), pautou, em decisão-relâmpago, o requerimento que convoca Sandro Augusto Sales Queiroz, comandante do Batalhão de Pronto Emprego da Força Nacional de Segurança (FNS).
O documento foi reprovado, nesta terça-feira, 3, por 14 votos contra dez. Caso fosse aprovado, o deputado baiano colocaria requerimentos da ala governista para votação, como do ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier; e os relatórios de inteligência financeiros do ex-presidente Jair Bolsonaro e de sua mulher, Michelle Bolsonaro.
Maia colocou o documento em votação depois de o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) cobrá-lo sobre a oitiva do general Walter Braga Netto, ex-ministro do governo Bolsonaro.
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A convocação do ex-ministro já estava aprovada e marcada para a quinta-feira 5, mas foi desmarcada por duas vezes, e não há previsão para ouvi-lo.
O deputado baiano explicou que, além de ouvir Braga Netto, era necessário votar a convocação da cúpula da FNS. Maia tentava um acordo entre o governo e a oposição há semanas, mas não obteve sucesso.
“Não posso ver alguns deputados do governo jogar para mim uma responsabilidade que não tenho”, explicou Maia. “Não gostaria de colocar esse requerimento para a votação, mas faço pelo meu nome.”
Membros da oposição comemoraram a atitude do presidente em pautar a convocação de Sandro. O senador Esperidião Amin (PP-SC) destacou que o deputado estava “interpretando o sentimento” da CPMI.
“Esse é o momento mais eloquente. O senhor está sendo movido por um sentimento de vergonha”, continuou Amin. Já a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) ressaltou que a comissão deveria ouvir Edson Gondim Silvestre, então diretor interino da Força Nacional no dia 8 de janeiro.
“Ele era o responsável por tudo, inclusive, pelos atos do Sandro”, lembrou a senadora. A oposição pediu a Maia que colocasse para votação em bloco o nome de ambos, mas o presidente preferiu pautar, primeiramente, apenas a convocação de Sandro.
A ala governista criticou a ação de Maia, alegando que Sandro não estava trabalhando no momento da invasão dos prédios públicos. O deputado federal Duarte Jr. (PSB-MA), por exemplo, disse que o comandante tem ligação com membros da família Bolsonaro e com pessoas próximas ao ex-presidente. “É ideológico”, afirmou o deputado.
Neste momento, o colegiado ouve o empresário Argino Bedin, suspeito de financiar as manifestações que resultaram na invasão às sedes dos Três Poderes, em Brasília.
noticia por : R7.com