O Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) realiza nesta segunda (2) uma operação na Vila Kennedy, zona oeste do Rio de Janeiro. A comunidade é o local para onde a deputada estadual Lúcia Helena Pinto de Barros, a Lucinha (PSD-RJ), foi levada no domingo (1º) após ter sido raptada por homens armados. Ela foi liberada na sequência.
Segundo a unidade especial da Polícia Militar, a ação não possui relação direta com o rapto. Em nota, a corporação afirma que a operação ocorre “com o intuito de impedir movimentação de criminosos e coibir roubo de carros e cargas”. Não há informações sobre presos ou feridos.
Segundo a Secretaria Municipal de Educação, as aulas para 3.085 alunos “foram impactadas” por causa da operação —a pasta não respondeu se as aulas foram suspensas ou não. Nas redes sociais, pais e responsáveis afirmam que não enviarão as crianças para as escolas.
Unidades de saúde municipais funcionam normalmente na região.
A deputada estava em seu sítio em Campo Grande, também na zona oeste, quando foi levada por homens armados que invadiram o local no domingo. Uma das suspeitas é de que os criminosos, que seriam ligados ao tráfico de drogas, fugiam de milicianos locais ao invadir o sítio.
Após ser levada para a Vila Kennedy, a deputada foi liberada e saiu do local com o auxílio de um motorista de aplicativo. A PM chegou a estruturar uma operação para o resgate, mas ela foi liberada antes.
Ainda de acordo com informações passadas à polícia, seus seguranças foram rendidos no sítio e ela foi conduzida até a Vila Kennedy em um carro oficial da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro).
Em nota, a assessoria da deputada afirmou que “Lucinha se encontra bem e em segurança”.
Vila Kennedy
Um dos redutos do Comando Vermelho, a comunidade foi escolhida para ser um “laboratório” pelos interventores em 2018. Um dos motivos é sua proximidade logística com a Vila Militar, em Deodoro, também na zona oeste.
Distante cerca de 40 km do centro do Rio, a favela sofre com falta de serviços públicos e violência.
Logo após as primeiras operações, alguns chefes locais do crime deixaram as favelas. Moradores, contudo, relataram um mês depois que, mesmo com a presença ostensiva dos militares, traficantes continuavam na comunidade.
Com a saída dos militares, a comunidade voltou a ter um cenário de instabilidade. A UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) do local foi extinta, e o policiamento passou a ser de responsabilidade do 14º BPM (Bangu), que sofre com o déficit de agentes, segundo o Ministério Público.
noticia por : UOL