Preso por tentar explodir um caminhão-tanque no aeroporto de Brasília, Alan Diego dos Santos Rodrigues presta depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro nesta quinta-feira (28). Ele é um dos três condenados pela tentativa de ataque às vésperas do Natal de 2022. O blogueiro Wellington Macedo e o empresário George Washington de Oliveira já foram ouvidos pelo colegiado.
A presença de Rodrigues foi requisitada por vários parlamentares, tanto da base do governo quanto da oposição. Um dos requerimentos aprovados destaca que o condenado disse em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal que recebeu, no acampamento localizado em frente ao quartel-general do Exército em Brasília, a bomba colocada em um caminhão encontrado perto do aeroporto. Aos policiais, Alan confirmou a autoria do crime e disse ter recebido de George Washington o artefato que seria instalado no caminhão-tanque com mais de 60 mil litros de combustível.
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Esta não será a primeira vez que o depoente comparece a uma oitiva parlamentar. Em junho, ele depôs na CPI da Câmara Legislativa do DF, que também investiga os atos extremistas em Brasília. Na ocasião, ele disse que sonhava em conhecer a capital federal e que veio apenas para passear.
Rodrigues também contou aos parlamentares que a bomba não explodiu porque ele impediu. “Eu informei às autoridades, mandei mensagens e informei. Se as autoridades fossem lá, ela não ia explodir.” De acordo com ele, a dinamite explodiria se alguém acionasse o detonador. Ele se negou, no entanto, a dizer quem era o responsável por detonar o explosivo, sob a justificativa de que está sendo ameaçado.
Ele foi condenado a cinco anos e quatro meses de prisão pelo crime de explosão, previsto no artigo 251 do Código Penal. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes revogou a prisão dele em outro processo, que está sob sigilo. No entanto, pela condenação relativa à bomba, ele permanece cumprindo pena no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.
Nova votação
Além do depoimento de Rodrigues, a CPMI do 8 de Janeiro deve votar novos requerimentos na mesma sessão. Os pedidos seriam votados na terça-feira (26), mas, por falta de acordo, a pauta foi adiada.
O presidente da CPMI do 8 de Janeiro, Arthur Maia (União Brasil-BA), condicionou a votação de novos requerimentos da ala governista à análise de um pedido de convocação feito pela minoria. Esse posicionamento de Maia faz parte da estratégia adotada pelo presidente desde o começo dos trabalhos da comissão para “equilibrar” as aprovações de requerimentos entre governo e oposição.
A minoria quer ouvir um representante da Força Nacional de Segurança Pública, que Maia também defende. “Se não tiver acordo, coloco o requerimento da Força Nacional. Caso seja aprovado, aí colocamos os outros requerimentos solicitados pela maioria.” Segundo Maia, a negociação é a forma de garantir a aprovação de pedido também da minoria. “Da minha parte não há nenhuma dificuldade de estender até quinta-feira para ver se vamos ou não ter condições de fazer essa reunião”, ponderou.
Os governistas querem garantir a aprovação das quebras de sigilo de inteligência financeira do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Sem isso, não deve haver novas aprovações.
noticia por : R7.com