Segundo o escritor e jornalista Laurentino Gomes, registros da história do Brasil mostram que Dom Pedro I estava montado em um animal de carga, provavelmente, em uma mula, não em um cavalo. Além disso, sofria de “terríveis dores intestinais” no dia da Independência. Uma outra curiosidade tem a ver com quem acompanhava o então príncipe regente. Ele estava cercado de fazendeiros e pessoas comuns do Vale do Paraíba (SP). Isso porque os Dragões da Independência e a guarda fardada, que aparece na tela “O Grito do Ipiranga”, de Pedro Américo (1888), não existiam na época.
Luce Costa/Arte R7
No tratado que reconheceu a independência do Brasil, ficou estabelecido que o governo brasileiro deveria pagar uma indenização de 2 milhões de libras esterlinas para Portugal aceitar a independência. Foi nesse momento que a Inglaterra se tornou uma intermediadora diplomática e viabilizou o acordo, inclusive, emprestando o dinheiro a Dom Pedro I. Os ingleses, como grandes fornecedores de produtos manufaturados ao país, tinham interesse na independência do Brasil para aumentar o comércio entre os dois países.
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Segundo historiadores, nenhum jornal da época noticiou imediatamente o “Grito do Ipiranga” em 7 de setembro de 1822, sendo que as primeiras notícias do evento só surgiram a partir de 12 de outubro, quando Pedro I foi proclamado imperador do Brasil. O primeiro registro escrito foi relatado quatro anos depois, em 1826, pelo padre Belchior Pinheiro Ferreira, que era conselheiro de Dom Pedro e foi testemunha ocular do evento. O conteúdo do relato detalhado de Belchior é conhecido somente através de republicações realizadas décadas mais tarde.
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O protagonismo do 7 de Setembro sempre foi de Dom Pedro I, no entanto, por trás da decisão do príncipe, havia a influência direta da princesa Leopoldina, a primeira imperatriz do Brasil. Entre outras coisas, foi ela quem assinou a declaração da independência, escrita por José Bonifácio, em 2 de setembro de 1822. A sessão que precedeu o Grito do Ipiranga foi retratada 100 anos depois, em 1922, no quadro Sessão do Conselho de Estado, que mostra Leopoldina articulando a independência do Brasil de Portugal.
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O artigo 3º do Tratado da Paz e Aliança determinava que o imperador do Brasil deveria prometer “não aceitar as proposições de quaisquer colônias portuguesas para se reunirem ao Império do Brasil”. Rubens Ricupero, ex-ministro da Fazenda e embaixador aposentado, escreve no livro “A diplomacia na construção do Brasil” que essa regra foi colocada no acordo por causa dos interesses mercantis angolanos, que estavam mais vinculados ao Brasil do que a Portugal.
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O relato é do padre Belchior Pinheiro Ferreira, testemunha ocular do Grito do Ipiranga. Segundo a narrativa, após Dom Pedro declarar a independência, os homens que estavam com ele responderam: “Viva a Liberdade! Viva o Brasil separado! Viva Dom Pedro!” O príncipe, então, falou ao seu ajudante de ordens: “Diga a minha guarda que eu acabo de fazer a independência do Brasil. Estamos separados de Portugal.”
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Em 2022, o governo português emprestou o coração de Dom Pedro para ser exposto durante a comemoração dos 200 anos da Independência do Brasil. O órgão do primeiro imperador brasileiro foi trazido de Portugal a bordo de um jato executivo da Força Aérea Brasileira (FAB). A exposição do coração, que tem cerca de 9 quilos, ocorreu de 25 de agosto a 5 de setembro de 2022.
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noticia por : R7.com