Em situação similar vive o Níger, na África Ocidental, que passou por um levante similar no final de julho. Neste caso, a União Africana declarou que não apoia a intervenção militar defendida pela Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) junto com a França e os Estados Unidos para reverter a situação no país. Porém, suspendeu o país como membro do bloco.
Monitoração e acompanhamento
Já a França, país europeu que colonizou o Gabão e apenas deixou o território africano em 1960, afirmou por meio do porta-voz do governo, Olivier Véran, que “condena o golpe militar e monitoriza com muito cuidado a evolução da situação no local”.
Rússia, por meio do porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, e China também confirmaram estar monitorando “de perto” a situação política no país
Pequim ainda apelou “às partes envolvidas para que atuem no interesse do povo gabonês e do país, para resolver disputas através do diálogo, e regressar imediatamente à ordem moral, garantindo a segurança pessoal de Ali Bongo, a fim de preservar a paz e a estabilidade nacional”, segundo o canal gabonês Gabon 24.
Comitê de transição
O grupo de 12 militares do Gabão informou a tomada do poder no país na madrugada desta quarta-feira, dissolvendo as instituições do país (Governo, Senado, Assembleia Nacional, Tribunal Constitucional e Conselho Eleitoral) e anulando o resultado das eleições que reelegeram Bongo Ondimba.
O anúncio dos oficiais também ocorreu por meio do Gabon 24, informando que Ondimba havia sido deposto de seu cargo, mas que continuaria com todos os direitos civis.
O grupo se autodenominou “Comitê para a Transição e Restauração das Instituições” e declarou ter o objetivo de acabar com a “contínua deterioração da coesão social que corre o risco de levar o país ao caos”. Segundo os militares, o levante acontece face ao que chamaram de “graves problemas institucionais, políticos, econômicos e sociais” no Gabão.
“Reafirmamos o nosso apego ao respeito pelos compromissos do Gabão perante a comunidade nacional e internacional. Povo gabonês, é finalmente a nossa fuga para a felicidade”, declararam os militares, segundo o canal Gabon 24.
noticia por : UOL